Por isso o livro acabou ficando na estante por uns bons meses até que
tia Liane me ligou pedindo emprestado algo para ler, ela sempre faz isso e
deixa a escolha sob meu critério. Como já sei que gosta dos romances e de
preferência com personagens femininos fortes, bastou olhar a estante para
escolher As Espiãs, mas fiquei impressionado quando ela me devolveu, quatro
dias depois, dizendo que não conseguiu parar de ler. Minha curiosidade foi
despertada e eu coloquei o livro no primeiro lugar da fila. Não me arrependi.
Ken Follett conquistou seus fãs com um estilo absolutamente
avassalador de escrever, a grande maioria de suas obras possui a temática da
guerra, com doses de espionagem e um pouco de romance para apimentar a história
que, quase sempre, usa fatos históricos como pano de fundo. É às vésperas do Dia
D que os destinos de Felicity Clairet, ou Flick como todos a chamam, e Dieter
Frank se cruzam. Ela é Major da Executiva de Operações Especiais do exército
britânico, uma mulher lutadora, bonita, bem treinada, capaz de pensar rápido e
escapar quase ilesa do perigo iminente nas operações de resistência face à
fúria expansionista do Terceiro Reich. Dieter é General do Exército Alemão,
extremamente sagaz e exímio torturador de soldados inimigos, não se furta a
torturar também civis se perceber que pode tirar proveito disso para o bem de
Hitler e da Alemanha. Flick e Dieter travarão uma luta de inteligência e
perspicácia que vai culminar num final de tirar o fôlego.
O que mais admiro na escrita de Ken Follett é que, mesmo usando fatos
históricos como ambientação da obra e todos já sabendo como esses fatos
aconteceram, a narrativa é tão interessante quanto se fosse cem por cento
inventada.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Escada lateral do casarão do Museu Palacete das Artes
Data: 25/03/2016