domingo, 24 de janeiro de 2016

DESAPARECIDO PARA SEMPRE


Quando gosto de um autor quero que todo mundo o leia, e como não sou um déspota a palavra ‘quero’ que escrevi antes fica, no máximo, com o contexto de recomendo. Por isso abandono os livros, é uma forma de compartilhar e levar para algum desconhecido o gostinho pela literatura e quem sabe fazê-lo despertar para outros livros. Quando gosto de um autor fico com aquela ansiedade boa para ler toda a sua obra, foi assim com a Marguerite Yourcenar, Clarice Lispector, Machado de Assis, Jorge Amado, Sidney Sheldon, Nelson Motta, Dan Brown, John Green, dentre outros, e agora está acontecendo com o Harlan Coben (1962).

Esse foi o quarto livro que li do autor e por coincidência também é o quarto livro da sua fase ‘independente’. Harlan escreveu os livros Play Dead e Miracle Cure, que eu saiba ainda não lançados no Brasil, antes de se dedicar à série de livros de suspense com o personagem Myron Bolitar, seria uma espécie de Hercule Poirot se eu o estivesse comparando com a autora Agatha Christie. Foi um hiato de dez anos dedicados a essa série até o retorno aos independentes com o ótimo Não Conte a Ninguém, já comentado aqui no blog.

Desaparecido para Sempre é a história de dois irmãos, Will e Ken, este último desaparecido e dado como morto desde que fugiu da cena do assassinato da jovem Julie Miller, ex-namorada de Will. A história começa onze anos depois, Will refez a vida, trabalha numa instituição que retira jovens das ruas e está apaixonado por Sheila Rogers, uma voluntária da instituição. Tudo muda quando, antes de falecer, a mãe deles revela a Will que seu irmão está vivo. No dia seguinte Sheila desaparece e logo depois é encontrada às margens de uma estrada, foi assassinada com requintes de tortura. Amigos de infância, gângsteres, matadores profissionais e até o FBI estão atrás de Will, todos supõem que ele é o elo de ligação para tudo que está acontecendo.

Não sei se este é o melhor livro do Harlan Coben, tive que vencer as cem primeiras páginas para começar a ler compulsivamente, mas não posso deixar de reconhecer que é uma grande história, cheia de reviravoltas, com vilões verossímeis apesar de quase caricatos, um final inesperado e muito bem amarrado. Ainda assim é um desses livros que você lê e se esquece de almoçar, recomeça à tarde e quando percebe já está escuro, e se vai ler antes de dormir não pensa que no dia seguinte vai ter que acordar cedo para trabalhar.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Pátio interno do Mercado Modelo
Data: 20/02/2016

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