tag:blogger.com,1999:blog-34283651951527176132024-03-13T01:55:33.922-03:00Abandonando LivrosCriei este blog para rastrear livros que abandonei por aí. Aqui você encontra resenhas ou críticas sobre os livros e os locais onde foram abandonados. Se você achar um livro leia-o, ou não, mas não o guarde numa estante ou gaveta, livros devem ser lidos e compartilhados. Após a leitura abandone-o em qualquer lugar e escreva aqui sobre o que achou e onde o abandonou para que possamos sempre saber onde está.
Qualquer dúvida escreve para abandonandolivros@gmail.comOdilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.comBlogger309125tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-19129181725970928772016-07-13T18:18:00.000-03:002016-07-13T18:18:07.025-03:00FIM<div class="MsoNoSpacing">
No domingo passado publiquei o post que representa o
livro de número 300 e hoje, logo depois do pôr do sol, o deixei no banco do
calçadão que fica quase em frente ao Farol da Barra. Assim, após abandonar
trezentos livros que faziam parte da minha biblioteca, e da minha vida, encerro
o blog.</div>
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<br /></div>
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Dou por cumprida a missão que estabeleci em abril do ano de 2010 e
parto para uma nova forma de leitura. Quero voltar a fazê-lo despreocupadamente
e no meu ritmo. Aproveitar esse tempo de vida que me resta para degustar as
palavras escritas e não mais sorvê-las freneticamente porque tenho que cumprir a
meta de um livro por semana.<o:p></o:p></div>
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Não pretendo apagar o blog da rede. Vou deixa-lo pairando
nessa nuvem que é a Internet para visita-lo quando sentir saudade, ou até
escrever um novo post quando achar que um bom livro merece meu humilde
comentário. Também deixarei ativos o e-mail e o campo dos comentários para
responder aos que escreverem.</div>
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<br />
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Aos leitores e amigos meu sincero agradecimento.</div>
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<br /></div>
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Até um
dia.<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-67276041869193342502016-07-10T14:28:00.000-03:002016-07-13T18:08:06.515-03:00EM BUSCA DE UM NOVO AMANHÃ<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieYW9cMKy0p244Lom0J1PKEkMtpu24p0WsTgFh0iTwqcjthgmZN6dc_i9ROCjn0GbWF_ojMQ2n-g1KcbiTq8PVkIp3FJuY7KF9u5yZ0Vlc2z846v9lgQ3l5S-bkjFFN_GLOLxUigBsLE0/s1600/EM+BUSCA+DE+UM+NOVO+AMANH%25C3%2583.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieYW9cMKy0p244Lom0J1PKEkMtpu24p0WsTgFh0iTwqcjthgmZN6dc_i9ROCjn0GbWF_ojMQ2n-g1KcbiTq8PVkIp3FJuY7KF9u5yZ0Vlc2z846v9lgQ3l5S-bkjFFN_GLOLxUigBsLE0/s200/EM+BUSCA+DE+UM+NOVO+AMANH%25C3%2583.jpg" width="134" /></a></div>
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<br /></div>
Sidney Sheldon (1917-2007) foi ousado quando escreveu
Lembranças da Meia Noite – 1990, a continuação de seu maior sucesso O Outro
Lado da Meia Noite – 1973, com o inegável estilo que o consagrou. Outra ousadia
desse mestre foi desenvolver uma história para um personagem coadjuvante de
outra obra. Foi o caso de Dana Evans, ela aparecia numa trama paralela em O
Plano Perfeito – 1997 e ganhou o protagonismo no livro O Céu Está Caindo –
2000. Tilly Bagshawe continua escrevendo na sombra do mestre já falecido com
autorização da família que detém os direitos da obra. Já publicou livros cujo
enredo foi desenvolvido por Sheldon e que não houve tempo para terminar, assim informa
a assessoria de imprensa. Prova disso é o ótimo A Senhora do Jogo – 2009, que é
a continuação de O Reverso da Medalha – 1982, outro livro memorável.<o:p></o:p><br />
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<br /></div>
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Em 1985 Sheldon publicou Se Houver Amanhã, um livro que
alcançaria enorme sucesso de crítica e público e sua heroína Tracy Whitney é,
na minha mais modesta opinião, a mais carismática das personagens do autor.
Sofremos com seus percalços e vibramos com suas vitórias, uma protagonista fora
do padrão para a época. Todos ficam apaixonados por Tracy e torcem para que
seus roubos fiquem impunes e ela tenha um final feliz ao lado de Jeff Stevens,
seu grande amor.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Eu sou um dos milhões de fãs de Tracy e quase enfartei
quando vi na livraria o título “Em Busca de Um Novo Amanhã”, em cuja capa a
esperta editora ainda achou espaço para colocar a seguinte frase: “A heroína de
Se Houver Amanhã, Tracy Whitney, está de volta em uma sequência de tirar o
fôlego.” É óbvio que apanhei um exemplar e corri para o caixa. Tracy e Jeff se casam no Brasil e, aposentados dos crimes, vão morar em Londres. Ele vai
trabalhar no museu e ela aguarda ansiosamente um filho para completar sua nova
vida. O filho não vem e uma estagiária do museu estraga seu casamento. Tracy
some no mundo disposta a esquecer Jeff. Dez anos se passam. Roubos de joias e
obras de arte estão acontecendo no ‘estilo’ Tracy e uma coincidência levanta a suspeita
de que ela esteja envolvida com os assassinatos de mulheres cujos cadáveres são
encontrados ao lado de textos bíblicos. Jean Rizzo, detetive da Interpol,
começa sua investigação que vai colocar Tracy e Jeff frente a frente novamente.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Mesmo com todos os elementos de um livro que faz jus a
grife Sidney Sheldon: fortuna, poder, intriga, assassinatos, hotéis de luxo,
desaparecimentos, obras de arte, vinganças, Tilly Bagshawe não consegue ser tão
genial como seu mestre. Há fragilidades desnecessárias na trama. Talvez lhe
falte a possibilidade de seguir o próprio rumo e não ficar à mercê de pensar
como Sheldon escreveria. Deve ser muito difícil ver a capa do livro que você
escreveu sozinho e constatar que seu nome aparece abaixo de outro autor mais
famoso e ainda escrito numa fonte menor. Basta ver a fotografia do livro que
está no post.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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PS: Este é o livro de número 300 que vou abandonar. Para
mim uma marca significativa. São 300 livros retirados da minha biblioteca e
estou muito feliz em dividi-la com vocês.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Cidade do abandono: Salvador/BA<o:p></o:p></div>
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Local: Banco calçadão quase em frente ao Farol da Barra</div>
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Data: 13/07/2016</div>
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Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-2434177319649742742016-07-03T11:53:00.000-03:002016-07-13T11:49:30.637-03:00O MENINO DO DEDO VERDE<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0fTZ_qwUcwjDKL2YrFMI-9YE2K0h7D4I36JDqEMXKztpS2zNvlHNlQyMwHA3iuQ-3IgdkAJ_s-9EyVVB5hg_WlOMpYlY90BGZ-0DkWysW6Bnc3Q6PxC97nbuFik_UScZYs39ytxxav5g/s1600/O+MENINO+DO+DEDO+VERDE.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0fTZ_qwUcwjDKL2YrFMI-9YE2K0h7D4I36JDqEMXKztpS2zNvlHNlQyMwHA3iuQ-3IgdkAJ_s-9EyVVB5hg_WlOMpYlY90BGZ-0DkWysW6Bnc3Q6PxC97nbuFik_UScZYs39ytxxav5g/s200/O+MENINO+DO+DEDO+VERDE.jpg" width="128" /></a></div>
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<br /></div>
Tinha 14 anos e me considerei velho demais para aquele
livro de capa verde, estava lendo por causa de um trabalho escolar e não percebi
de imediato a grandeza da obra que tinha em mãos. Lembro que houve um sorteio
entre as equipes de trabalho para os livros que a professora selecionou e na
minha hora recebi diretamente O Menino do Dedo Verde porque ela sabia que eu já
havia lido Meu Pé de Laranja Lima, Caçadas de Pedrinho, O Pequeno Príncipe,
dentre outros. Não lembro como ficou o trabalho da escola, mas a história de
Tistu voltaria a aparecer na minha vida.<o:p></o:p><br />
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<br /></div>
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Anos depois estava na casa de meus pais arrumando os
livros que levaria para meu primeiro apartamento quando achei o exemplar do
mais famoso livro de Maurice Druon (1918-2009). Lembro que pensei em reler, mas
não o fiz. Quando mudei para São Paulo muitos livros ficaram em caixas durante
meses até que as estantes do apartamento ficassem prontas e é claro que
reencontrei o livro nas arrumações. Nem precisei reler todo, bastou folhear
algumas páginas e me ater aos grifos feitos para o trabalho da escola para que a
história voltasse à memória, exatamente como aconteceu agora antes de escrever
esse post.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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<i>“- Descobri uma
coisa extraordinária – disse Tistu em voz baixa. – As flores não deixam o mal
ir adiante.”<o:p></o:p></i></div>
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<br /></div>
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Para quem ainda não conhece, Tistu é um garoto que não conseguia
frequentar a escola formal e os pais resolveram que ele teria professores
particulares para a escola da vida. Quando Tistu conhece Bigode, o jardineiro,
descobre que possui um dedo verde que tem o dom de fazer crescer plantas e
flores quando toca em algum lugar. Esse talento secreto de Tistu tocaria diretamente a alma do jardineiro. O menino começa então a desbravar o
mundo questionando padrões estabelecidos da forma como só uma criança é capaz,
com o coração aberto e o pensamento simplista frente ao que vê e o que sente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<i>“A prisão é dessas
coisas que a gente encara tranquilamente para as pessoas que não conhecemos.
Mas logo que se trate de um menino de quem a gente gosta, é tudo diferente.”<o:p></o:p></i></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Não estou triste por abandonar minha edição de 1976 cheia
de trechos grifados, acredito sinceramente que o livro será achado por alguém
que aproveitará o que já está marcado e fará novas inserções. É um livro de
criança que todo adulto deveria ler para não esquecer que já foi pequeno um
dia.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<i>“Pois fiquem
sabendo que nunca conhecemos ninguém completamente. Nossos melhores amigos
reservam sempre surpresas.”<o:p></o:p></i></div>
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<br /></div>
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Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
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Local: Lounge Sala DeLux - Shopping Barra</div>
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Data: 12/07/2016</div>
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<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-78413317463889312972016-06-26T10:31:00.001-03:002016-07-13T11:48:47.701-03:00MENSAGEM<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjik2NeEI4skjDZAPT6AN_Ik-5wSwT4nC0X0EQSteDwYj9aoj8txWqC6U6Suj1ZJUqhfUWKZQUSJ0hRs5bBXHL0_n9jPfH9-eB649yKjrAHfeCPMBHrXR27c1xx1D3jQMJWGvptjJFKdJs/s1600/MENSAGEM.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjik2NeEI4skjDZAPT6AN_Ik-5wSwT4nC0X0EQSteDwYj9aoj8txWqC6U6Suj1ZJUqhfUWKZQUSJ0hRs5bBXHL0_n9jPfH9-eB649yKjrAHfeCPMBHrXR27c1xx1D3jQMJWGvptjJFKdJs/s200/MENSAGEM.jpg" width="119" /></a></div>
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<br /></div>
Quando comecei a folhear o livro que pretendo abandonar
fui tomado por um saudosismo que nem sabia que existia dentro de mim. Senti uma
saudade imensa de São Paulo, cidade que morei por treze anos e onde fui muito
feliz, mas também muito infeliz. São Paulo tem esse efeito dubio em mim. A
felicidade em ter por perto todos os teatros, cinemas, mostras de filmes que
não entram em circuito normal, galerias, museus, exposições que não viajam para
outras cidades, livrarias, sebos e bancas de revistas com publicações do mundo
inteiro. A infelicidade estava no fato de ter tudo isso à mão e usufruir muito
pouco porque trabalhava de forma insana às vezes quinze horas por dia. Ao tocar
o livro lembrei exatamente do dia e local onde comprei, e também o quanto foi
difícil sua leitura.<o:p></o:p><br />
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<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Mensagem foi editado pela primeira vez em 1934 e seu
autor, Fernando Pessoa (1888-1935), faleceu nove meses depois da publicação.
Consta que é sua única obra escrita em português e também a que mais enaltece
Portugal. Dividida em três partes, Brasão, a primeira, é subdividida em: Os
Campos, Os Castelos, As Quintas, A Coroa e O Timbre. Depois vem a segunda parte
chamada de Mar Português, a que mais gosto, e por fim O Encoberto, que também possui
subdivisões cujos títulos são: Os Símbolos, Os Avisos e Os Tempos. Não é uma
obra de fácil leitura, eu precisei consultar um dicionário luso-brasileiro em determinados
momentos para entender alguns simbolismos da história de Lisboa e o que chamam
de Sebastianismo.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Mas, se quiser um conselho, não leia tudo com a intenção
de entender as palavras ao pé da letra. Deixe embriagar-se pela métrica e
fluidez de Fernando Pessoa, se entregue ao som das palavras e deixe que elas
cheguem ao seu coração, mantenha-se alerta e com a mente aberta para descobrir as
riquezas dos versos simples e leve-os consigo para a vida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<i>Valeu a pena? Tudo
vale a pena<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<i>Se a alma não é
pequena.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNoSpacing">
(Mar Português)<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Tenho que dar dois créditos antes de terminar o post, o
primeiro vai para Jane Tutikian (1952) responsável pela organização e
introdução feita de forma primorosa nessa edição. O segundo vai para a editora
L&PM responsável pela democratização dos clássicos literários impressos em
formato poket e vendidos a preços módicos nas bancas de revistas. Comprei o
exemplar que vou abandonar na banca que fica na Av. Paulista, em
frente ao Conjunto Nacional.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<i>Deus quer, o homem
sonha, a obra nasce.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNoSpacing">
(O Infante)<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Cidade do abandono: Salvador/BA<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Local: Estacionamento Shopping Barra - Mezanino G1</div>
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Data: 12/07/2016</div>
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<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-90137873858941688422016-06-19T10:37:00.000-03:002016-07-13T11:47:54.689-03:00NÓS<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8VN5OWx8GuCy-7e1fBcdDSrPx5ZcYJHIX7Ovy2ItMQ7Ej2t0qRi9yykcmS7GOkKlz66BktQGhQHxVo4EHuYrSAdIyexw2VX92F5juqSmC2OdJnnNH-1OhrW8SiiJ6P1tVOe1EkRZc7BI/s1600/N%25C3%2593S.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8VN5OWx8GuCy-7e1fBcdDSrPx5ZcYJHIX7Ovy2ItMQ7Ej2t0qRi9yykcmS7GOkKlz66BktQGhQHxVo4EHuYrSAdIyexw2VX92F5juqSmC2OdJnnNH-1OhrW8SiiJ6P1tVOe1EkRZc7BI/s200/N%25C3%2593S.jpg" width="138" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
No mesmo dia que comprei o já <i>best seller</i> Um Dia, escrito em 2009 pelo David Nicholls (1966), também
comprei sua mais recente obra ‘Nós’, publicada no Brasil em 2015. Nos dois
livros existe a perfeita construção de personagens que se caracterizam pelo realismo,
bom humor, uma dose de criticidade de suas próprias atitudes e a humanidade.
Você é capaz de amar e odiar os personagens com a mesma intensidade durante a
leitura sem, contudo, enfastiar-se. E foi por aí que novamente fui conquistado.<o:p></o:p><br />
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<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
No primeiro livro, Um Dia, já comentado aqui no blog em
setembro de 2015, os personagens Em e Dex descrevem seus sentimentos e
pensamentos para com o outro e ainda temos um narrador para as notas de
bastidores. Em Nós, a versão da história é narrada sob o ponto de vista do
personagem Douglas Petersen, um bioquímico de cinquenta e quatro anos,
metódico, tímido, fatalista, extremamente organizado e casado com Connie há
vinte e cinco anos. Ela é uma mulher vivida, gosta de arte, festas, muitos
amigos, e vê em Douglas um porto seguro após relacionamentos anteriores muito
conturbados. Ele é o feijão e ela é o sonho, uma inversão de papéis se
compararmos ao livro de Origenes Lessa. Entre o casal está Albie, o filho de
dezessete anos que cresceu entre a mãe artista que tudo permitia em nome da
liberdade de expressão infanto-juvenil e o pai rigoroso que não encontrava no
filho o seu espelho, seja nos gostos pelos mesmos brinquedos, profissão ou
perspectiva de vida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Antes de Albie ir para a faculdade a família programa as
férias de suas vidas, um tour pela Europa que inclui cidades como Paris,
Amsterdã, Veneza, dentre outras, para visitar os principais museus e obras de
arte. Um roteiro traçado pela artista Connie e minuciosamente programado pelo
metódico Douglas sem consultar os gostos estéticos da nova geração, Albie. Às
vésperas da viagem Connie acorda Douglas no meio da noite para informa-lo que
está pensando em divorciar-se dele. A partir desse momento seremos levados pela
narrativa de Douglas para diversos tempos de suas vidas: quando conheceu
Connie, quando casaram, o nascimento de Albie, suas vidas se transformando,
tudo isso contado durante a epopeia de pequenos desastres, brigas, frustrações,
pedidos de desculpas, momentos de comédia pastelão e reencontros que se transformará
a viagem, ou <i>grand tour</i> como se
refere Douglas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
David Nicholls constrói seu herói, ou anti-herói, com
mãos de ferro. Quando o personagem tenta manipular a história para puxar o
leitor para seu lado, o autor o faz contar coisas não muito boas do seu passado
familiar, fazendo a balança pender para um lado e para o outro. Alguns leitores
acham suas histórias arrastadas e com pouca ação, eu particularmente gosto do
estilo que humaniza os personagens até que você comece a identificar-se com
eles, no bom e no mau sentido.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
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Local: Mesa da varanda - Restaurante Rama</div>
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Data: 11/07/2016</div>
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Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-21237764554953609612016-06-12T11:14:00.000-03:002016-07-13T11:46:32.216-03:00TRÓPICO DE CÂNCER<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY5YmUWIYV3UdAXVpxWDghcy7cffECMRagWWEqDKFs5mCrhE1Iqa1d-sQd6NnJAwjCkKSZyxQbo-bI6GXzaFq9KhF1XIC0T6KNTsiVFyjf5j9OAlk02PMWfvmi6BnNPTijVyAgCqMtzhg/s1600/TR%25C3%2593PICO+DE+C%25C3%2582NCER.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY5YmUWIYV3UdAXVpxWDghcy7cffECMRagWWEqDKFs5mCrhE1Iqa1d-sQd6NnJAwjCkKSZyxQbo-bI6GXzaFq9KhF1XIC0T6KNTsiVFyjf5j9OAlk02PMWfvmi6BnNPTijVyAgCqMtzhg/s200/TR%25C3%2593PICO+DE+C%25C3%2582NCER.jpg" width="127" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Quando li Trópico de Câncer eu já era um velho, o livro
havia sido publicado há mais de cinquenta anos e o autor, Henry Miller
(1891-1990), já estava morto. Por isso eu não sofri quando a obra foi proibida
nos EUA, sob a acusação de ser pornográfica, voltando a circular só em meados dos
anos 1960. Aqui no Brasil também houve veto dos militares para tradução e
venda, embora existam boatos de que livros em inglês circulavam contrabandeados
entre os intelectuais da época. A chancela dos censores para a proibição estava
no pressuposto de que a obra era autobiográfica, mesmo que o autor nunca tenha assumido
isso por completo. Para eles a literatura erótica podia existir desde que tudo
fosse ficção.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Autobiográfico ou não o certo é que Herry Miller sempre
misturou sua vida pessoal com os livros que escreveu e quem o conheceu em Paris
nos anos 30 sabia que as noites eram animadas. Lendo a obra temos uma narrativa
ansiosa por revelar por quais recônditos andava o nosso autor. Sem necessidade
de cronologia essa pressa narrativa é explorada em textos na primeira pessoa extraídos
das experiências vividas nas camas onde dormiu com prostitutas ou senhoras
solitárias, das bebedeiras em lugares não recomendados pela sociedade, mas seu
viés filosófico vem principalmente da convivência com os intelectuais e
artistas que, como ele, viviam sem dinheiro e a mercê de favores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Logo no início o próprio autor nos alerta sobre o que
vamos ler: “Isto não é um livro. Isto é injúria, calúnia, difamação de caráter.
Isto não é um livro, no sentido comum da palavra. Não, isto é um prolongado
insulto. Uma cusparada na cara da Arte, um pontapé no traseiro de Deus, do
Homem, do Destino, do Tempo, do Amor, da Beleza... e do que mais quiserem.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Na minha mais modesta opinião Trópico de Câncer é um
livro erótico. E vai além do erotismo quando prepara o leitor para o próximo,
Trópico de Capricórnio, que também li depois de velho e é o meu preferido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Local: Banco da pracinha em frente ao Teatro ISBA<o:p></o:p></div>
<span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Data: 10/07/2016</span>Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-31145731025035555992016-06-05T11:13:00.000-03:002016-07-11T12:35:10.845-03:00O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtwqwi2z2uTvqqdyb2eFh7_JzjTBsA4xLnsX79YrYhBZYsOXfSzdN99EQR1Eb43yRBUfylapvPd0SudDcN0kUkBelhrVXEHC0rX-_F11OPrXfZiZ2DwIlGhqvuGRoHaqw9P0DIhU-Jh_I/s1600/O+APANHADOR+NO+CAMPO+DE+CENTEIO.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtwqwi2z2uTvqqdyb2eFh7_JzjTBsA4xLnsX79YrYhBZYsOXfSzdN99EQR1Eb43yRBUfylapvPd0SudDcN0kUkBelhrVXEHC0rX-_F11OPrXfZiZ2DwIlGhqvuGRoHaqw9P0DIhU-Jh_I/s200/O+APANHADOR+NO+CAMPO+DE+CENTEIO.jpg" width="130" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Praticamente toda a minha geração leu O Apanhador no
Campo de Centeio, único sucesso literário de J. D. Salinger (1919-2010) e
figurinha fácil em várias listas de livros para ler antes de morrer. A obra
tornou-se um ícone adolescente a partir dos anos 60 do século passado por
tratar de temas como angústia, alienação, sensação de pertencimento do jovem,
tudo embalado com uma linguagem típica da época, gírias e palavrões,
demonstrando a rebeldia do anti-herói. Em 1951 não havia uma literatura voltada
para a faixa entre 15 e 18 anos como nos dias de hoje e talvez por isso a obra
foi tão discutida e abraçada.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
No site da editora existe a informação que o livro foi
traduzido para as principais línguas do mundo e ainda hoje vende cerca de 250
mil exemplares por ano, atingindo estratosféricos 65 milhões de cópias desde
seu lançamento. Uma curiosidade sobre seu autor, J. D. Salinger, é que ele se
recolheu após o sucesso do livro e viveu recluso até sua morte com raríssimas
aparições para a imprensa. Chegou a publicar outros livros considerados pela
crítica especializada como ‘sem relevância’.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
A primeira vez que fiz a leitura eu tinha a mesma idade
do protagonista do livro e passava pela minha fase adolescente rebelde.
Acredito que exatamente por isso achei o livro parado demais e quase abandonei
a leitura. A história de Holden Caulfield acontece num fim de semana e começa após ele saber que, devido às suas notas e ao seu mau comportamento, seria expulso no
dia seguinte do prestigiado Colégio Pencey. Uma briga com seu colega de quarto
é o estopim para uma peregrinação por Nova York que o levará ao encontro de
Sunny, a prostituta, Sally Hayes, a ex-namorada, Phoebe, sua irmã mais nova, e
o Professor Antolini. Apesar de conter passagens interessantes como a história
do museu e o sonho do apanhador de crianças, eu achei o livro chatíssimo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Posteriormente, aos vinte e quatro anos, reli a obra em
outro contexto da minha vida e percebi que na primeira leitura faltou
maturidade para entender as entrelinhas e o processo de transformação física e
psíquica que passava pela cabeça do Holden. A narração na primeira pessoa é o
ponto de partida para entender que pouco importa a ação do livro, o sentido
está no que o personagem pensa. Todas as metáforas nos levam a perceber sua
dificuldade em crescer, sair da infância e passar a ser adulto. Esse hiato é
uma fase difícil até hoje, largar o infantil é perder a inocência das coisas e
talvez o sonho do apanhador seja exatamente não deixar as crianças caírem no
precipício, mantê-las num mundo perfeito em que brincar é a principal tarefa.
Até hoje a obra é passível de críticas veementes e elogios eloquentes, eu
passei pelas duas fases. Agora tente você.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Local: Banco da praça em frente à igreja do Sr. do Bomfim</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Data: 10/07/2016</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-59076517724236690452016-05-29T10:24:00.002-03:002016-07-10T14:32:06.995-03:00AI, QUE LOUCURA!<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw1w5yLVtWMtF_n97wG5MZxI3Q6lCEzEqb9HeMsY69XOXWIQlQY4y1yzR1zm5dtvP7of5I5OjxrsKggf6HoUt9j94Mcm2LSQo_3AB_lYvMBxkCjWWfUua1Kj8Nl7-zAgAT0PTkAoeIEe0/s1600/AI+QUE+LOUCURA.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw1w5yLVtWMtF_n97wG5MZxI3Q6lCEzEqb9HeMsY69XOXWIQlQY4y1yzR1zm5dtvP7of5I5OjxrsKggf6HoUt9j94Mcm2LSQo_3AB_lYvMBxkCjWWfUua1Kj8Nl7-zAgAT0PTkAoeIEe0/s200/AI+QUE+LOUCURA.jpg" width="133" /></a><br />
Você já ouviu falar na socialite carioca Narcisa
Tamborindeguy (1966)? Assistiu ao programa Mulheres Ricas exibido pela TV
Bandeirantes? Se você respondeu não para as duas questões anteriores esse livro
não é para você. Esqueça, devolva, troque e não perca seu tempo porque a
leitura será confusa, em alguns momentos rasa e em outros será eloquente
demais. Mas se por acaso respondeu sim para as duas questões, ou apenas uma
delas, então aproveite e divirta-se, mas não espere grande coisa.<br />
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
É claro que uma história é sempre uma história. Principalmente
se você for como eu e pensa que a vida de todo ser humano na face da terra pode
render uma biografia. Guardadas as devidas proporções entre a lição de vida de
Andressa Urach (Morri para Viver), Kéfera Buchmann (Muito Mais que 5 Minutos)
ou Luan Santana (Luan Santana – A Biografia) e a obra sobre Nelson Mandela (A
Luta é a Minha Vida), Mahatma Gandhi (Minha Vida e Minhas Experiências com a
Verdade) ou Irmã Dulce (O Anjo Bom da Bahia), na minha humilde opinião, existem
histórias que simplesmente foram contadas e existem histórias que fizeram a
diferença no mundo. Ao terminar de ler o livro Ai, Que Loucura! percebi
claramente que a história de Narcisa faz parte do primeiro grupo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Se você acabou de ler Guerra e Paz (Liev Tolstoi) e tem
pela frente O Segundo Sexo (Simone de Beauvoir) dê um refresco para seus
pensamentos e leia Ai, Que Loucura! Será um oásis de frescurinhas entre dois livros
“cabeção”. Narcisa relata sua vida entre a piscina do Copacabana Palace e uma
carreira de cocaína, festas, alta sociedade, viagens, e outras memórias que as
drogas não apagaram antes de se declarar ‘limpa’. E não precisa seguir os
capítulos, a autora se encarrega de mudar abruptamente de assunto assim como o
faz na vida real. Felizmente, para quem decidiu enfrentar as 136 páginas, ela
ainda não havia criado os outros bordões: “Ai, que Absurdo!” e “Ai, que Badalo!”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Agora podem me crucificar!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Local: Grade do portão lateral ao Teatro SESI - Rio Vermelho</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Data: 08/07/2016</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-37828790770760481562016-05-22T11:15:00.000-03:002016-07-10T14:29:27.176-03:00TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeNiUi5B27Dv6kM5lO8nBm_zPV1TAz5cx68JXWgnEdEXyi6wBZz0s8LPUf-M5h_p4FNNYVJDj3f1DPP_dwitMQKGZ7qB01x8-mAOH4TlMLrKqXrOdZxDPl4f4R2CIhUbTaBAwIy0nIAzY/s1600/TRISTE+FIM+DE+POLICARPO+QUARESMA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeNiUi5B27Dv6kM5lO8nBm_zPV1TAz5cx68JXWgnEdEXyi6wBZz0s8LPUf-M5h_p4FNNYVJDj3f1DPP_dwitMQKGZ7qB01x8-mAOH4TlMLrKqXrOdZxDPl4f4R2CIhUbTaBAwIy0nIAzY/s200/TRISTE+FIM+DE+POLICARPO+QUARESMA.jpg" width="123" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Na época que prestei o vestibular pela primeira vez recebi
um manual que informava a relação dos assuntos para estudar e também a lista
dos livros que deveriam ser lidos. Era uma espécie de direcionamento ao aluno
para obter um bom aproveitamento nas provas. A leitura das obras indicadas foi
feita com tanto prazer que se tornou um hábito e por vários anos consultei a
lista do vestibular como referência para minhas leituras, mesmo sem a
necessidade de fazer as provas.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Foi exatamente por causa dessa lista que li Triste Fim de
Policarpo Quaresma. A obra do mestre Lima Barreto (1881 – 1922) foi publicada
em capítulos durante os meses de agosto a outubro de 1911 dentro do Jornal do
Commercio, que na época era escrito com dois emes, e só lançada como livro em
1915 com o dinheiro do próprio autor. Lima era um apaixonado pelo Brasil e foi
muito criticado pelos escritores da época pelo despojamento de seus diálogos,
sempre fiéis ao modelo de romance realista, que resgatava as tradições da
cultura popular.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Policarpo era o nosso Dom Quixote, impossível não
comparar com o personagem criado por Miguel de Cervantes cuja trajetória de
vida se confunde. Policarpo era um homem simples, por ser um leitor voraz era
criticado pela vizinhança que não entendia porque um homem que não era
professor ou acadêmico tinha tantos livros em casa. Ele se entrega ao
conhecimento das culturas populares e decide aprender a tocar violão, um instrumento
que via como representante do mais popular no país. É então que conhece Ricardo
Coração dos Outros, um seresteiro que irá acompanha-lo por suas desventuras. Na
repartição que trabalhava comete o desatino de escrever um memorando em língua
Tupi, é taxado como louco e acaba internado num hospício. Passados alguns anos o
já livre Policarpo é aconselhado por Olga, sua sobrinha, a comprar um sítio na
fictícia cidade de Curuzu. Começa então a saga de Policarpo pela agricultura
com o objetivo de ajudar no crescimento do Brasil. É quando estoura a Revolta
da Armada e ele é convocado a liderar um grupo de voluntários sem nenhum
treinamento. Seu destino é selado quando escreve uma carta ao Marechal Floriano
Peixoto criticando e denunciando arbitrariedades cometidas contra os
prisioneiros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
É incrível a atualidade desse livro escrito há mais de
100 anos. Não é uma leitura fácil para o vocabulário dos dias de hoje e exigirá
uma imersão no universo de Lima Barreto e sua época. Seu personagem é o próprio
slogan do “sou brasileiro e não desisto nunca”, um indivíduo cuja essência
deveria ser injetada nas veias da maioria dos nossos representantes que estão
em Brasília.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Local: Pátio externo da Escola de Teatro da UFBa.</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Data: 07/07/2016</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-58296158033553083412016-05-15T11:05:00.000-03:002016-06-26T10:35:35.797-03:00QUEBRA DE CONFIANÇA<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUbLlzwLUpgu61jDkbQZOcbemeAXqZAIANLJUyZLhU8BwEZ0iVvx-S264r-ChKVRDapidL07J2mawLxXH0-gtd5ZBZLJ4aHFTfqkxmhg15IynVU1RX4a2RubI4vxEdTdZV88AyCnJHD2c/s1600/QUEBRA+DE+CONFIAN%25C3%2587A.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUbLlzwLUpgu61jDkbQZOcbemeAXqZAIANLJUyZLhU8BwEZ0iVvx-S264r-ChKVRDapidL07J2mawLxXH0-gtd5ZBZLJ4aHFTfqkxmhg15IynVU1RX4a2RubI4vxEdTdZV88AyCnJHD2c/s200/QUEBRA+DE+CONFIAN%25C3%2587A.jpg" width="136" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Ultimamente Harlan Coben (1962) tem sido responsável por
noites insones, quando começamos a leitura de um livro seu só conseguimos parar
quando estamos na última página. Depois que li os primeiros quatro livros que
estão catalogados como independentes: Não Conte a Ninguém, Confie em Mim, Seis
Anos Depois e Desaparecido para Sempre, todos já comentados aqui no blog,
iniciei a leitura da série Myron Bolitar pelo primeiro livro lançado em 1995
nos EUA, título do post.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Na metade do livro fiquei com a impressão de que o autor
já tinha a intenção de escrever uma série e não acredito que isso aconteceu por
acaso. Myron Bolitar é um personagem construído para ser carismático e um tanto
quanto enigmático. Talvez por essa razão quando o livro começa ele já está na
profissão de agenciador de talentos esportivos há dois anos. Sua carreira como
jogador de basquete já está encerrada, fato que é explicado ao longo do livro, entretanto
suas passagens como advogado e membro do FBI são apenas citadas sem maiores detalhes.
Há um breve relato contando como conheceu seus dois fiéis companheiros: Win, o
excêntrico milionário, e Esperanza, ex-lutadora e atual secretária. O mesmo não
acontece com a personagem Jessica, o autor cita que já foram namorados, mas não
esclarece porque terminaram embora fique claro que ainda nutrem uma forte atração
um pelo outro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Myron está prestes a fechar o primeiro contrato num clube
de elite para Christian Steele, um <i>quarterback</i>
promissor para o mundo milionário do futebol americano. Só que o jovem é
atormentado pelo desaparecimento de sua namorada Kathy Culver há mais de um
ano e a polícia não tem pistas do caso. Tudo piora quando Christian recebe o
exemplar de uma revista pornográfica cujo anúncio de sexo por telefone aparece
com uma foto de Kathy. Para enrolar mais a situação o pai de Kathy, Adam Culver,
é assassinado numa tentativa de assalto muito suspeita. Jessica, filha de Adam
e irmã de Kathy, tem certeza que as duas mortes estão relacionadas e isso faz
com que se reaproxime de Myron.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
A trama é muito bem amarrada exceto por um fio solto que
não sei se será resolvido no livro seguinte, o personagem Chaz Landreaux fica
sem final. A última citação ao seu nome é feita na página 232 quando Myron
entra no escritório e pergunta a Esperanza: Conseguiu falar com o Chaz? E ela
responde: Ainda não. Mas isso é só um detalhe já que é uma história paralela. A
trama principal sobre o mistério de Kathy Culver é desvendada aos quarenta e
cinco minutos do segundo tempo e me deixou sem fôlego, tanto que reli as
últimas trinta páginas só para saber se tinha entendido tudo por causa da
velocidade que li na primeira vez.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Vale aqui uma ressalva para a construção da dupla Myron e
Win, eles são imbatíveis nos quesitos: carisma, sarcasmo, companheirismo e boas
piadas. Preste bem atenção em Win, por trás da aparência frágil, loira e quase
pueril existe um ninja que não perdoa seus inimigos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Local: Shopping Passeo, 1<u><span style="font-size: x-small;">o</span></u> andar em frente a sorveteria.</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Data: 25/06/2016</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-88503080074417954462016-05-08T09:05:00.000-03:002016-06-05T11:14:29.174-03:00DOROTÉIA<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJz3gI8pW1ps-X6mwth7cAqjAyZiSlo28cw2YdQXT5bby8p8BGa7y76hx1vZhUiGuPki_e1VKXEmdnV3WEqu7TI52GUhyphenhyphen5-oZ0ADrCZBv2zcnCgf57q4RtR1T4UFm1Nf69GaQg8ZjxlpU/s1600/DOROT%25C3%2589IA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJz3gI8pW1ps-X6mwth7cAqjAyZiSlo28cw2YdQXT5bby8p8BGa7y76hx1vZhUiGuPki_e1VKXEmdnV3WEqu7TI52GUhyphenhyphen5-oZ0ADrCZBv2zcnCgf57q4RtR1T4UFm1Nf69GaQg8ZjxlpU/s200/DOROT%25C3%2589IA.jpg" width="135" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Muitos anos já se passaram desde que assisti pela
primeira vez à peça Dorotéia, escrita em 1949 pelo lendário Nelson Rodrigues
(1912-1980), e lembro muito bem que na última montagem que vi em São Paulo
todos os papéis eram interpretados por homens e a única mulher em cena era a
personagem principal: Dorotéia. Entre as apresentações da obra no teatro e a
leitura em livro existe uma enorme diferença. Nos palcos vi a encenação dos
diretores e a leitura da obra foi entre o autor e eu, isso me fez compreender
coisas que passaram despercebidas nas versões para os palcos.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Ainda hoje acho a obra de Nelson Rodrigues genial,
consegui assistir a montagens de quase todas as suas obras para o teatro, algumas
eu vi também em filmes e na TV com boas adaptações, mas a leitura física das
obras desse autor é muito enriquecedora. Sua capacidade de esmiuçar o cotidiano
suburbano da classe média e expor as mazelas, preconceitos e sexualidades fora das
quatro paredes do quarto de certa forma fez o público debater-se entre a
curiosidade e a aversão. Em se tratando de Dorotéia essa aversão ficou nítida e
seus críticos mais vorazes afiaram as garras para desmerecê-la.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Com a morte do seu filho Dorotéia pede abrigo na casa das
primas: D. Flávia, Carmelita e Maura, três viúvas puritanas e feias, todas
acometidas pela sina que as mulheres da família devem ter: a náusea sentida em
sua noite de núpcias que às fará renegar o sexo para sempre, e a falta de
visão do masculino já que nenhuma delas é capaz de ver um homem. Dorotéia é o oposto de
tudo isso, de uma beleza exuberante ela não sente a náusea pelo sexo ou a
falta de visão do masculino e por isso é tratada como prostituta. Para ser
aceita na casa ela deve enfeiar-se e renegar a vida passada. Todas devem
padecer do mesmo mal que evoca o sexo, a culpa e a morte, e todas se vigiam e serão
vigiadas, principalmente por D. Flávia que é a mais velha e a única a ser
chamada de Dona. Elas vivem numa casa que não possui quartos, só salas,
impossibilitando a intimidade, os segredos de alcova, o amor e a sexualidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
D. FLÁVIA - Porque é no quarto que a carne e a alma se
perdem... Esta casa só tem salas e nenhum quarto, nenhum leito... Só nos
deitamos no chão frio do assoalho...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Passados muitos anos desde a morte de Nelson Rodrigues costumo
pensar que, se vivo fosse, ainda teria a capacidade de chocar as pessoas com
seus escritos. Eu, na minha mais humilde opinião, acredito que não. Mudaram os
costumes, embora a hipocrisia permaneça, a internet nos brinda com novidades
diárias e, para mim, o ataque às Torres Gêmeas em 2001 vai ser difícil de ser superado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Local: Praça do Campo Grande - Banco perto do parquinho.</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Data: 04/06/2016</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p><br /></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-18379516044571010892016-05-01T10:48:00.003-03:002016-05-29T10:27:50.279-03:00DE VOLTA À CABANA<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggAtb3CteU6iF0d9WM2DqzLjlLlbBrCbBEnlAl1Ix6fdDk7GyRuJpfMsw_frSeZTuMRo3bRMiVmuRx0KQirw_93rW60w0k6Sy-PLiFkYHMfJvx-j58JLiMQwXhn7PBGB-hekIoKicBXHQ/s1600/DE+VOLTA+%25C3%2580+CABANA.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggAtb3CteU6iF0d9WM2DqzLjlLlbBrCbBEnlAl1Ix6fdDk7GyRuJpfMsw_frSeZTuMRo3bRMiVmuRx0KQirw_93rW60w0k6Sy-PLiFkYHMfJvx-j58JLiMQwXhn7PBGB-hekIoKicBXHQ/s200/DE+VOLTA+%25C3%2580+CABANA.jpg" width="134" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Reza a lenda que William P. Young escreveu o livro A
Cabana para exorcizar dores vividas na infância. Fez quinze cópias e presenteou
amigos no Natal de 2005, mais de dez anos depois quase quinze milhões de cópias
foram feitas, vendidas, e o livro tornou-se um <i>best seller</i>. Diante de tamanho sucesso é óbvio que outros livros
surgiriam no rastro assim como aconteceu com o bruxo Harry Potter, os vampiros
da saga Crepúsculo e as versões inspiradas no sucesso de Cinquenta Tons de
Cinza, três exemplos aleatórios.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Apesar de ter lançado outros livros William não alcançou
o mesmo patamar em vendas do primeiro, como aconteceu com Paulo Coelho depois
do estrondoso sucesso de Diário de um Mago. Mas isso não impediu que outros
autores lançassem suas versões da obra, assim como ocorreu com Dan Brow e seu
livro O Código Da Vinci, cuja obra foi esmiuçada em diversos outros livros. Nesse
contexto A Cabana não passaria incólume. E não estou desmerecendo quem o faz,
ou já fez, lançar livros que comentam uma obra rende algum dinheiro e,
dependendo da forma como se faz, também rende algum prestígio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
De Volta à Cabana é um exemplo de livro que comenta outro
livro, e esse tem o respaldo do autor do primeiro, William P. Young escreve o
prefácio recomendando a leitura da obra escrita pelo teólogo C. Baxter Kruger. O
livro tem a função de esmiuçar de forma mais acadêmica os fatos relatados pelo
personagem Mackenzie, seu caminho para o perdão, a reconciliação com o ‘Divino’
e consigo mesmo. Cabe ressaltar que se você não leu A Cabana será complicado
acompanhar algumas passagens e referências do livro comentado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Não sou um cético, mas também não sou daqueles que se
deixa levar pelas primeiras palavras bonitas que ouve. Me emocionei lendo A
Cabana e acredito que isso me levou a ler esse livro. O autor até tenta
aprofundar o recurso da Santíssima Trindade usado no livro original, mas se
você está buscando respostas, esqueça, este livro também não responderá as
perguntas deixadas em A Cabana. É muito filosófico ficar discutindo o
comportamento do ser humano face às dores e tragédias da vida e sua capacidade
de regeneração diante das desilusões. Essas respostas surgirão de diferentes
formas e o impacto individual vai depender do momento de vida de quem o lê.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Local: Temaqueria - Restaurante Shiro</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Data: 28/05/2016</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-85357861860994963342016-04-24T11:01:00.000-03:002016-05-29T10:28:35.726-03:00SHAKESPEARE – O QUE AS PEÇAS CONTAM<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgda_IK5_QKwOE2lB2-RGkLi86gqCin4UCrOTyyTXnYudWbZqZXw2uy9xpZjD_Dw4H2eemIDEzEiT77bTgwzzQzPJBRScInQRnVTehlDhyphenhypheni0yeXXvnFGhI7Ct8lqz481s6hwZz4QqDHqb8/s1600/SHAKESPEARE+-+O+QUE+AS+PE%25C3%2587AS+CONTAM.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgda_IK5_QKwOE2lB2-RGkLi86gqCin4UCrOTyyTXnYudWbZqZXw2uy9xpZjD_Dw4H2eemIDEzEiT77bTgwzzQzPJBRScInQRnVTehlDhyphenhypheni0yeXXvnFGhI7Ct8lqz481s6hwZz4QqDHqb8/s200/SHAKESPEARE+-+O+QUE+AS+PE%25C3%2587AS+CONTAM.jpg" width="137" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Ao escrever o post Romeu e Julieta em 10/abril/2016,
enfatizei o fato de que o livro tem a tradução de Barbara Heliodora
(1923-2015), tida como autoridade máxima no Brasil em William Shakespeare. Dois
dias depois do post ainda estava com o nome de Barbara na cabeça quando descobri
que minha publicação ocorreu exatamente um ano após sua morte. Arrepiei. A
grande conspiração do universo foi ter descoberto o fato através do Facebook, quem
me conhece sabe que não sou de ficar navegando pelas redes sociais e na terça
feira eu quebrei a rotina ao visitar minha página num dia de semana. Para quem não
sabe, o meu mural tem poucas coisas postadas realmente por mim, na sua grande
maioria aparecem por lá as marcações feitas por equipes de divulgação dos trabalhos
que estou envolvido no teatro ou compartilhamento do trabalho de amigos.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Como no domingo passado foi o aniversário de seis anos do
blog, deixei para fazer hoje o post sobre um livro que me incentivou a leitura
e o conhecimento da obra de William Shakespeare e assim homenagear Barbara
Heliodora. O livro que dá título a esse post é de importância vital para
qualquer ser humano que deseja ser minimamente informado sobre as obras, sem,
contudo, ter que desbravar todos os volumes. Barbara nos poupou esse trabalho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Durante as comemorações pelos 450 anos de nascimento de
Shakespeare ela nos brindou com um livro em que comenta 37 peças desse
dramaturgo inglês tão encenado. Uma seleção que contempla os clássicos Romeu e
Julieta, Hamlet, Otelo, Rei Lear, Macbeth, Comédia dos Erros, Sonhos de Uma
Noite de Verão, e também outras que eram desconhecidas por mim como: Troilus e
Créssida, A Noite dos Reis e Coriolano. Barbara faz um resumo do enredo, cita
os principais personagens e transcreve uma seleção de trechos que julgou
crucial em cada obra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Um livro para os preguiçosos, dirão alguns mais radicais.
Eu prefiro tratar a obra como um convite para conhecer textos clássicos e
apaixonar-se pelo teatro universal. Ser fisgado pela curiosidade e ir buscar o
conhecimento da obra completa. Em 2014, quando Barbara afastou-se da crítica
teatral para dedicar-se unicamente à tradução de textos, a revista Época
publicou uma matéria sobre o assunto e ela disse:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<i>“Amava dar aulas. A
melhor sensação do mundo é perceber quando um aluno começa a se interessar pelo
assunto e se entusiasmar pelo teatro.”<o:p></o:p></i></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA<o:p></o:p></div>
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Local: Shopping Passeo - Cafeteria em frente à sala de cinema</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Data: 28/05/2016</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-40805748045089900792016-04-17T11:04:00.000-03:002016-04-17T11:04:19.684-03:00ANO SEIS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLHkYRFJhm14oDy9v2rg7uTwBK1FmAO_yOwVJfYe3eYjoUAEk-cpugF3JJ56VzZ-PXqYm9mzcANJ3ZYfi9QO39Y4s8QIdOpxylH7xeDX-hWryUz5pusqPmpg-xh0iXeJHlqmE-dLXoNsY/s1600/00000000+-+ANO+SEIS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="284" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLHkYRFJhm14oDy9v2rg7uTwBK1FmAO_yOwVJfYe3eYjoUAEk-cpugF3JJ56VzZ-PXqYm9mzcANJ3ZYfi9QO39Y4s8QIdOpxylH7xeDX-hWryUz5pusqPmpg-xh0iXeJHlqmE-dLXoNsY/s320/00000000+-+ANO+SEIS.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Fiquei um bom tempo na frente do computador refletindo
sobre o título do post: ANO SEIS. Senti um alívio imenso por ter ultrapassado a
barreira dos cinco anos de escrita no blog após uma pequena crise. Depois fui
invadido pela sensação de energias renovadas para continuar a escrever toda
semana sobre um livro diferente. No post do aniversário de cinco anos comentei
sobre a dedicação, perseverança e a dose de abnegação necessária porque, tal
qual um casamento, ter um blog e ser fiel aos leitores também é passível de um
período em crise, e ela chegou no fim de 2015.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
No ano que passou trabalhei muito nas diversas frentes
que atuo e quase não deu tempo de me dedicar à leitura. A cada ano tenho que
abandonar 51 livros, mas no ano passado só consegui ler 18, então retirei 33 da estante mais antiga de livros que li antes de começar
a escrever no blog, recurso que tenho utilizado com frequência nos últimos anos para fechar a conta. Desde
que iniciei o blog já abandonei quase 300 livros e se continuar lendo pouco em
breve a estante antiga estará vazia. Não que eu me importe com isso porque
sempre haverá livros novos para ler e preencher os espaços, mas não terei um livro
para abandonar semanalmente afetando a dinâmica estabelecida para o blog, fato
que me deixará profundamente triste.<span style="color: red;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Ao pensar em tudo isso fiquei parado e respirei fundo várias vezes. Essa
dose extra de oxigênio me fez renovar as energias para assumir um compromisso
íntimo de ler mais porque isso não é um martírio, pelo contrário, a leitura me
faz um bem enorme. Será sempre um prazer ir até a livraria, vagar pelas
estantes, manusear os livros, olhar as novidades, sair de lá com um exemplar,
abri-lo para sentir aquele cheirinho de papel impresso e por fim relaxar para
embarcar em mais uma aventura. Assim como num casamento estou renovando meus
votos, farei um esforço maior para conciliar meus interesses profissionais e
pessoais com a escrita no blog e assim levar até você, caríssimo leitor, a
minha humilde opinião.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Muito obrigado aos seguidores visíveis e aqueles que
recomendam a leitura do blog aos amigos. Aos desconhecidos que fizeram uma
busca qualquer pelo Google, acharam meu espaço e dedicaram um pouco do seu
tempo para ler o que escrevo. Aos familiares que compram ‘Cartão Presente’ de
livrarias para me dar nas datas festivas (bendita invenção que facilita a vida
de vocês) e, esse ano em particular a três pessoas: Cybelle, Epa Neto e Roberto
Camargo, amigos que me aturam em infinitas conversas sobre livros e temas
ligados ao blog.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing">
PS: O bolo da foto eu ganhei de presente de outra amiga,
Juciara, ela diz que não consegue ler livros, em compensação faz bolos
divinamente.<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-21307807254197626612016-04-10T11:20:00.001-03:002016-05-01T10:51:57.673-03:00ROMEU E JULIETA<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgleq8kVPeTjTu2RB8vqPtRKUZIzQH-uAbSwCB47qa5gsU782OaxRHwRWYUqJkakpxiNSoODkoLRtW9rLmD0LvISYvnC7vc-QhKWizeAoNt-xXHA0IyqbgcbKzbmjkjNl0qvctWT8IEwmI/s1600/ROMEU+E+JULIETA.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgleq8kVPeTjTu2RB8vqPtRKUZIzQH-uAbSwCB47qa5gsU782OaxRHwRWYUqJkakpxiNSoODkoLRtW9rLmD0LvISYvnC7vc-QhKWizeAoNt-xXHA0IyqbgcbKzbmjkjNl0qvctWT8IEwmI/s200/ROMEU+E+JULIETA.jpg" width="141" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Quando escrevi o post sobre Ricardo III em julho de 2015
fiz uma retrospectiva sobre a entrada de William Shakespeare (1564-1616) em
minha vida e falei muito sobre como o teatro funcionou para o entendimento da
obra. Lembro que o espetáculo Romeu e Julieta apresentado durante 13 anos pelo
Grupo Galpão me fez chorar por causa do lirismo da encenação, embora, mesmo sem
ter lido o livro, eu já soubesse do que se tratava e qual seria o final da
história. Acredito que 99% dos seres humanos sabem esse enredo, mesmo que nunca
tenham lido o livro ou assistido uma versão para o teatro, cinema ou TV.<br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Em Verona, Itália, pelos idos anos 1600, duas famílias,
Capuletos e Montecchios, se odeiam ao ponto de ter a cidade onde moravam
completamente dividida. Romeu Montecchio conhece Julieta Capuleto numa festa e
é fisgado definitivamente pelo amor romântico plenamente correspondido. Na
mesma noite Romeu pula o muro da mansão inimiga para revelar seu amor por
Julieta, é aí que acontece a famosa cena da varanda e os versos de amor que
serão repetidos para todo o sempre. Decididos a casar-se em segredo por causa
da inimizade entre suas famílias os jovens buscam o apoio do Frei Lourenço,
peça fundamental nessa trama que acabará na tragédia mais conhecida do mundo,
só perdendo para a crucificação de Jesus.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Essa obra irá influenciar inúmeras versões para os mais
variados gostos e estilos, fiz uma busca no Google sobre sua correlação com o
cinema e encontrei desde versões teatralizadas como as dirigidas por George
Cukor – 1936 e Franco Zeffirelli - 1968 até as mais modernosas como Romeu +
Julieta de Baz Luhrmann – 1997 (no meu conceito a melhor) e a versão para a TV
de Carlo Carlei de 2013, passando por aquelas que fazem uma analogia à obra
original como West Side Story de 1961 e a nacional O Casamento de Romeu e
Julieta dirigida pelo Bruno Barreto em 2005. Temos também as versões de
animação como Monica e Cebolinha no Mundo de Romeu e Julieta de 1979 e a
esquisita Gnomeu e Julieta de 2011. Sem deixar de fora o filme Romeu Tem Que
Morrer dirigido pelo Andrzei Bartkowiak em 2000, muita ação e pouco contexto
literário. Claro que não posso esquecer a citação no filme chanchada Carnaval
no Fogo – 1949, a paródia da cena do balcão com Oscarito interpretando Romeu e
Grande Otelo como Julieta é impagável.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O livro que vou abandonar tem uma tradução primorosa de
Heliodora Carneiro de Mendonça (1923-2015), mas conhecida como Barbara
Heliodora, professora, escritora, tradutora e ferrenha crítica de teatro. Foi a maior autoridade brasileira sobre a obra de Shakespeare. Portanto prepare-se.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
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Local: Banco do jardim na entrada da Escola de Teatro da UFBa.</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;">Data: 29/04/2016</span></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-79327985272005371232016-04-03T11:17:00.000-03:002016-05-01T10:50:42.055-03:00A DEUSA CEGA<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZPBcOROEBJkTSrcy444ExRHd6jEWCYkhK_-_48JQtQgT_BA4380cvAPBKcJjHhEz6yhzuy7JyEUHxdB7nBUyvx5ksdk0HVsP0wfLfGrhQsF1gPGdA_k46r7ZxAXU4JOQcgx1eF-oIClU/s1600/A+DEUSA+CEGA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZPBcOROEBJkTSrcy444ExRHd6jEWCYkhK_-_48JQtQgT_BA4380cvAPBKcJjHhEz6yhzuy7JyEUHxdB7nBUyvx5ksdk0HVsP0wfLfGrhQsF1gPGdA_k46r7ZxAXU4JOQcgx1eF-oIClU/s200/A+DEUSA+CEGA.jpg" width="138" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Quando trabalhava no Café Teatro Rubi sempre havia um
hiato entre a passagem de luz do show ou peça de teatro e a efetiva realização
do mesmo. Um espaço de tempo de mais ou menos noventa minutos entre os ajustes
finais e a abertura da cortina. Eu ocupava esse tempo conversando com os
colegas e também lendo, claro. Desde a adolescência que me faço acompanhar de
um livro quando vou a algum lugar e desfruto do tempo a meu favor. Já revelei
esse fato algumas vezes aqui no blog. Numa dessas esperas a diretora de teatro
e grande mestra Hebe Alves me encontrou lendo num canto e surpreendeu-se, sem
querer desmerecer os demais colegas técnicos de luz ou som, mas tenho de
concordar que a leitura não é um hábito da classe técnica.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Começamos a conversar e ela me contou sobre sua
predileção por livros com histórias de crimes e suspense e então me fez anotar
o nome Anne Holt (1958) para que pudesse pesquisar sua obra. Não sou um
aficionado por esse tipo de literatura, mas histórias são histórias e é delas
que gosto. Pesquisei a autora e descobri uma série de livros publicados, desde
1993, dedicados ao crime e a resolução deles pela inspetora de polícia Hanne
Wilhelmsen. Resolvi começar com o primeiro, A Deusa Cega.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
A história começa num passeio matinal da advogada Karen
Borg com o seu cachorro que é interrompido pela descoberta de um corpo
desfigurado jogado num canteiro de plantas. Em seguida Hakon Sand, seu
ex-colega de curso e ex-melhor amigo, que agora trabalha como assistente da
promotoria de Oslo, a chama para defender o assassino que foi preso vagando
todo ensanguentado pelas ruas. Em seguida um advogado é assassinado de forma
fria e cruel com um tiro no rosto. Os crimes não parecem ter relação até a
chegada da inspetora Hanne Wilhelmsen que tem a intuição de que algo grande
está para acontecer e começa uma investigação em parceira com Hakon.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Prepare-se porque a autora gosta de nos ver sofrer, ela antecipa
acontecimentos para que fiquemos curiosos em saber como isso irá se desenrolar,
escreve capítulos curtos e explicativos dos fatos passados e nos instiga a querer
mais e mais. Rapidinho as 342 páginas serão consumidas avidamente pelos
leitores mais afoitos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Local: Entrada do Teatro Jorge Amado</div>
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Data: 28/04/2016</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-52261284919401735842016-03-27T11:14:00.000-03:002016-04-24T11:03:38.969-03:00O ROMANCE D'A PEDRA DO REINO<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRYMkzxIIaRVNmLiRWbhuPZW81Dr_ZWtZsII8gxNF5_uwvzbHkZIkRRj-WDoK0HK3x-XUcU2xW5dEAfzSfqQp8nF_tH54lm0M7C1yV54-l2tyDwaJbRJ9JxQ_sznls759D1YlQH3rISNw/s1600/O+ROMANCE+DA+PEDRA+DO+REINO.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRYMkzxIIaRVNmLiRWbhuPZW81Dr_ZWtZsII8gxNF5_uwvzbHkZIkRRj-WDoK0HK3x-XUcU2xW5dEAfzSfqQp8nF_tH54lm0M7C1yV54-l2tyDwaJbRJ9JxQ_sznls759D1YlQH3rISNw/s200/O+ROMANCE+DA+PEDRA+DO+REINO.jpg" width="128" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Tive a oportunidade de ouvir Ariano Suassuna (1927-2014) numa
palestra pouco antes do seu falecimento e me emocionei ao ver aquele senhor ser
conduzido por um acompanhante até a cadeira no centro do palco, após sentar-se,
humildemente agradeceu às mil e quinhentas pessoas que foram ouvi-lo dizendo:
“Obrigado por vocês terem vindo, se fosse eu não viria, ficaria em casa vendo a
novela que tá muito boa.” A plateia explodiu em gargalhadas e eu secretamente
contive as lágrimas que enchiam meus olhos. Acho sensacional quando temos a
oportunidade de ouvir uma pessoa que permeou nossa vida, mesmo que
longinquamente.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
A primeira vez que li O Auto da Compadecida tinha treze
anos, leitura obrigatória por causa de um trabalho na escola, eu não consegui
perceber a dimensão da importância de Ariano e nem sequer gostei do livro.
Achei por demais fantasioso e de vocabulário rebuscado até para mim, nordestino
que sou, acostumado com o palavreado do sertão. Anos depois e já envolvido no
universo literário comprei através do Círculo do Livro a obra O Romance D’a
Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, título completo, publicado
pela primeira vez em 1971. Nessa edição de capa dura a obra possui 642 páginas
e eu tenho que confessar que não consegui ler até o fim, o livro amargou anos
com o marcador na página 331 até que em 2007 a rede Globo anunciou a adaptação
da obra para uma microssérie dirigida pelo Luiz Fernando Carvalho. Me empolguei
em recomeçar a leitura e dessa vez fui até o fim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
A história de Dom Pedro Diniz Quaderna não é contada
linearmente, são histórias dentro das histórias que, por sua vez, migram para
outras histórias e voltam para história anterior que liga tudo num romance que
não é romance. Não pode ser categorizado de forma tão simplista. É também uma
novela de cavalaria, música de cordel, epopeia de amor, ódio e sangue. É também
comédia, há trechos bem engraçados nas discussões entre o fidalgo Samuel e o
tapuia Clemente, e é claro que temos um pouco de picardia e tragédia nessa
família cuja história nasce na cidade de São José do Belmonte, fruto da mente
genial de Ariano.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
No prefácio, escrito por Rachel de Queiroz, você tem uma
boa dica para ler o livro até o fim. Ela diz: "Ler livro escrito por um erudito
é o diabo. Ou você eleva seu pensamento ao nível do visionário e delirante
Quaderna (e da genialidade de seu autor), ou deixará a leitura inacabada." E eu,
na minha infinita insignificância, lhes dou outra dica: não é um livro para ler
às pressas ou de qualquer jeito. É uma obra que exigirá tempo, e não só o tempo
traduzido em número de horas de leitura, mas o tempo de decifrar as palavras,
entender o seu contexto e entregar-se ao mundo mágico de Ariano Suassuna.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Cidade do abandono: Salvador/BA<o:p></o:p></div>
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Local: Doces Sonhos - Pituba - Mesa 3</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Data: 23/04/2016</div>
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<o:p></o:p><br /></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-74568044249319950302016-03-20T11:19:00.000-03:002016-04-24T11:02:20.992-03:00O MÉDICO E O MONSTRO<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvE74CXwGSIXRP451uPbeHM7tnjZFhjexzFXiKpbx34XvChwGw0Uj9e5bM2Xpfp8BUuPiF8sIxDwvla90Lnh2D4Bt66UNqGNBZqYXME3Ofdn0s4phonJecjdezITZqw-3CWnqkCz8MTzM/s1600/O+M%25C3%2589DICO+E+O+MONSTRO.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvE74CXwGSIXRP451uPbeHM7tnjZFhjexzFXiKpbx34XvChwGw0Uj9e5bM2Xpfp8BUuPiF8sIxDwvla90Lnh2D4Bt66UNqGNBZqYXME3Ofdn0s4phonJecjdezITZqw-3CWnqkCz8MTzM/s200/O+M%25C3%2589DICO+E+O+MONSTRO.jpg" width="133" /></a></div>
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<br /></div>
Não faço questão de assistir a filmes de terror, é uma
categoria que me interessa muito pouco com exceção de alguns clássicos como
Psicose, O Exorcista, O Iluminado e outros poucos escolhidos a dedo. Tenho pela
convicção de que três livros publicados no século 19 foram fundamentais para
esse gênero: Frankenstein (1818), O Médico e o Monstro (1886) e Drácula (1897),
foram os primeiros a falar no assunto que originou inúmeras obras relacionadas.
Não posso afirmar com certeza absoluta, mas posso dizer em licença poética que
foram esses livros os inspiradores de tudo que existe hoje.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O Médico e o Monstro é o meu preferido, o primeiro livro
nessa categoria que li quando tinha entre 12 e 13 anos e buscava outras leituras
que não fossem os gibis, confesso que o fato de ter apenas 85 páginas foi
fundamental para a escolha. Para quem estava acostumado às aventuras de Mickey,
a história de Robert Louis Stevenson (1850-1894) foi lida sob tensão e vários
aspectos da dupla personalidade do Dr. Jekll/Mr. Hyde não foram compreendidos
por mim na época.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Tudo começa com quando o advogado, Mr. Utterson, ouve a
história sobre um homem sinistro chamado Mr. Hyde que estava rondando a cidade e lembra
imediatamente que seu amigo, Dr. Jekll, havia redigido seu testamento deixando todos
os bens para essa pessoa. Mr. Utterson não desconfia que o Dr. Jekll havia
descoberto uma beberagem capaz de fazer o desdobramento da personalidade de uma
pessoa comum em seus lados bom e mau, com efeito psicológico e também físico. A
história é tão bem escrita e seu final é tão amarrado que se tornou um clássico
do gênero terror e mistério.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Nos dias de hoje é tão comum livros sobre seriais killers,
monstros e vampiros, as séries com zumbis se proliferam feito ervas daninhas na
TV e no cinema. Recentemente lançaram um filme que me fez estremecer todos os
fios de cabelo que ainda me restam na cabeça; ‘Orgulho e Preconceito e Zumbis’,
é o nome do filme, a Jane Austen deve estar se revirando no túmulo tal qual um
espeto rodopiando na churrasqueira.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
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Local: Entrada da Sala de Arte - Cinema do Museu</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Data: 21/04/2016</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-50900948988641782542016-03-13T11:19:00.000-03:002016-04-16T12:54:53.636-03:00PORTA DOS FUNDOS<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHnM4NoB3mnjzer_lYJffU_RyqwRRGmYpPk3YuXoMkOiflEF5cmHgOVid4IrYYtEw_SWP1Q6eFxrA2m_x0hj8lAytpwt_tjjeLLrTWj9v5FXbLh5qb4M6nRa1hXQ2BrfsImg4SNVUI0-g/s1600/PORTA+DOS+FUNDOS.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHnM4NoB3mnjzer_lYJffU_RyqwRRGmYpPk3YuXoMkOiflEF5cmHgOVid4IrYYtEw_SWP1Q6eFxrA2m_x0hj8lAytpwt_tjjeLLrTWj9v5FXbLh5qb4M6nRa1hXQ2BrfsImg4SNVUI0-g/s200/PORTA+DOS+FUNDOS.jpg" width="148" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Quando ouvi falar dos vídeos feitos pelo grupo Porta dos
Fundos fiquei fascinado pela qualidade cinematográfica e o forte apelo cômico
dado pelos autores e atores para situações do cotidiano. Lembro que o primeiro
filme que vi relatava a revolta de um atendente numa rede de restaurantes face à
indecisão do cliente na escolha dos oito ingredientes que iriam compor o molho para
sua massa. Achei maravilhosa a ideia porque já me irritei algumas vezes com a
indecisão da pessoa que estava a minha frente na fila e imaginei a vida do
atendente que aturava o fato se repetir dezenas de vezes ao dia.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O que achei mais interessante é que a rede de <i>fast food</i> retratada no vídeo não se
ofendeu com a caricatura e passou a usar o vídeo no treinamento dos funcionários.
Mais tarde financiou uma segunda versão com o mesmo atendente fazendo o processo
de forma correta, e aceitou que o Porta dos Fundos imprimisse sua marca com um
pequeno deslize durante no final. Sem perder o bom humor e jogando pela janela
o chatíssimo “politicamente correto” o grupo se firmou com milhões de
visualizações de seus vídeos na internet, ganhou um programa de TV num canal
fechado e em 2013 lançou os roteiros dos vídeos em livro, visando obviamente
amealhar mais uns trocados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Tirar a imagem e o som de um produto visto por milhões de
pessoas poderia ser um tiro no pé, mas, na minha mais humilde opinião, o foco
no roteiro salvou a obra de tornar-se objeto de decoração em mesas de centro. O
livro possui uma introdução sobre a ideia do texto e como ela se desenvolveu,
esse bônus traz um pouco dos bastidores dos trinta e sete esquetes que são
apresentados e eu dei risada do texto mesmo sem ter visto boa parte dos vídeos,
prova cabal do quanto ele é importante no processo.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Ainda na minha modestíssima opinião acho que o
diagramador inseriu cores em excesso, senti também a falta de uma ficha técnica
mais apurada dos esquetes para completar o conhecimento de como se faz, mas
isso não tira o mérito do livro que pode tornar-se uma boa fonte de consulta
para quem quer escrever roteiros de humor. Os tecnológicos de plantão vão
adorar os CR Code inseridos na primeira página de cada esquete, de posse de um tablet
ou celular mais moderninho você pode ler o roteiro e depois assistir ao vídeo
correspondente, uma boa chance para ver a teoria na prática.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Local: DNA Natural - Barra</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Data: 15/04/2016</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-80460130654716450392016-03-06T11:05:00.002-03:002016-04-10T11:21:40.929-03:00DIÁRIO DA CORTE<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9qUwBQ9zxPgluR4MNXBu3uah2gKdKDc5797krmeVTnj9jie7kwYNCl7fe5MznaORv2CYyoSWmP9PYOQQkEfn-K5vwcLnBGDtwhBD8cFFvJ_K4EKRPRhitBJYaPniGGPAsoI_Cc6SB5q0/s1600/DI%25C3%2581RIO+DA+CORTE.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9qUwBQ9zxPgluR4MNXBu3uah2gKdKDc5797krmeVTnj9jie7kwYNCl7fe5MznaORv2CYyoSWmP9PYOQQkEfn-K5vwcLnBGDtwhBD8cFFvJ_K4EKRPRhitBJYaPniGGPAsoI_Cc6SB5q0/s200/DI%25C3%2581RIO+DA+CORTE.jpg" width="138" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Já escrevi sobre o Paulo Francis (1930-1997) no post “As
Filhas do Segundo Sexo”, livro que gostei muito embora tenha sido esquecido
pela crítica e público. Acredito que a personalidade difícil do autor tenha gerado
uma certa má vontade na leitura da obra. Eu o conheci através dos artigos
escritos para a revista Status, que adquiria em conluio com o conivente dono da
banca de revistas uma vez que não tinha idade para comprar essa publicação. Não
entendia tudo que lia mas lembro perfeitamente que achava interessante seu modo
de escrever e pensava, esse cara deve ser muito culto.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Como a ditadura agora é outra e vivemos numa época do
chatíssimo ‘politicamente correto’, o antigo DPOS (Departamento de Ordem
Política e Social) foi transferido para as redes sociais, onde tudo se julga e
todos são julgados, ao reler Diário da Corte tenho quase certeza de que mais da
metade dos textos não seriam publicados nos dias de hoje. Quer um exemplo? Ao
criticar o Sr. Caio Túlio Costa, que na época era o ombudsman da Folha de São
Paulo, jornal para o qual trabalhava, Francis escreveu: <i>“Certamente a redação da Folha está infestada de pentelhos.”</i> Mesmo
tratando-se de uma disputa interna o texto foi publicado pela Folha em 30 de
novembro de 1989.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Organizado pelo jornalista Nelson de Sá e publicado como
livro em 2012, o livro contém 76 artigos escritos entre 1976 e 1990. Os
assuntos vão da política norte americana à redemocratização brasileira, de
Nelson Rodrigues a Woody Allen, ataques ferozes contra José Guilherme Melquior
e Caetano Veloso. Ao terminar a leitura você pode ter a impressão de que o
Paulo Francis “se acha” e, em parte, é verdade. Há sempre a impressão,
principalmente para quem o conheceu pela TV, que ele falava de cima para baixo,
com sua voz inconfundível e cheia de inflexões como se dialogasse com
ignorantes e ele o arauto da elegância e do bem viver, e isso, em parte, também
é verdade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Li certa vez uma matéria na revista Cult que dizia: <i>“... o texto de Paulo Francis é sempre uma
delícia de ler e tem uma qualidade rara: é uma escrita tão sedutora que, de
repente, faz com que se esteja concordando com ele, mesmo a contragosto. Ele
faz uma mistura do culto com o popular, vai do erudito ao palavrão...”</i>, e
arrematava: <i>“Manejava bem o humor,
sobretudo quando se tratava de espinafrar alguém.”</i> Eu, na minha mais
humilde opinião, concordo plenamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Local: Doces Sonhos - Pituba</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Data: 09/04/2016</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-43882188157332972202016-02-28T15:33:00.000-03:002016-04-03T11:18:21.722-03:00TARJA PRETA<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdKt0lBGwSs2TsVrySCboIE0mN0t15aSq2nWwASZElquUgOOCsPjQjLI__IU1mb_dkhfiOeDO83e6xf3F1599nopgtnMAKmMjrUTI9fQmQZIWDPsLHm9CYEu2wKqLXwOt_4ZvhdF4HydY/s1600/TARJA+PRETA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdKt0lBGwSs2TsVrySCboIE0mN0t15aSq2nWwASZElquUgOOCsPjQjLI__IU1mb_dkhfiOeDO83e6xf3F1599nopgtnMAKmMjrUTI9fQmQZIWDPsLHm9CYEu2wKqLXwOt_4ZvhdF4HydY/s200/TARJA+PRETA.jpg" width="121" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Quando morava em São Paulo gostava de passear pela Fnac
que fica localizada no bairro de Pinheiros, num desses passeios me deparei
com um livro que tinha um título inusitado e uma lista de autores. Ir à
livraria era um programa perfeito para um final de tarde de sábado, três
andares de pura diversão e um café no térreo para começar a folhear e ler os
livros comprados. Então, com um café Machiatto, meu preferido, uma cesta de pão
de queijo, um strüdel de maçã, e meu exemplar recém adquirido de Tarja Preta às
mãos, devorei tudo, inclusive o primeiro conto intitulado Frontal com Fanta de autoria
do Jorge Furtado, os demais eu li ainda no mesmo fim de semana porque o livro
tem apenas 176 páginas.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
O livro é composto por sete contos, escritos por sete
autores diferentes: Jorge Furtado, citado acima, Pedro Bial, Adriana Falcão,
Jorge Mautner, Luiz Ruffato, Márcia Denser e Isa Pessôa, com um elo em comum:
medicamentos controlados, mais conhecidos como ‘tarja preta’, aqueles que o
farmacêutico retém a receita médica e são vendidos com o controle do CPF do
paciente. Mas, longe de qualquer apologia, os contos são bem distintos e
preservam as características dos seus autores, nem todos são bons já vou logo
adiantando, mas nada de usar isso como desculpa para não ler o livro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
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Pedro Bial (1958) conta uma história cujo protagonista deu
o nome dos remédios preferidos para seus jogadores do time de futebol de
botões. Adriana Falcão (1960), muito boa, escreve a história de uma <i>serial killer</i> que toma remédios e tem
conversas hilárias com seu próprio cérebro. O Luiz Ruffato (1961) lança mão de
uma crônica denúncia quando conta a história da mulher que vai ao hospital com
um histórico de traições e violência doméstica sofridas por causa do marido
alcóolatra e sai de lá com um “remedinho” para autoestima. Jorge Mautner (1941)
vai para a terapia quando conta a história de um casal em busca de uma
felicidade sempre constante e plena que desaba numa viagem quase lisérgica dos
personagens.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Recentemente fui assistir ao filme Boa Sorte da cineasta
Carolina Jabor, protagonizado por uma surpreendente Deborah Secco, quando li
nos créditos que o roteiro do filme foi inspirado no conto do Jorge Furtado
(1959) que mencionei no primeiro parágrafo. Que me perdoem os demais autores de
Tarja Preta, mas o conto Frontal com Fanta é o melhor. Isso na minha mais
humilde opinião de leitor leigo que nunca tomou um tarja preta na vida. Pelo
menos até hoje.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Local: Av. Centenário - Ponto de ônibus</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Data: 02/04/2016</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-8039687563206249392016-02-21T11:08:00.000-03:002016-03-27T11:22:16.801-03:00GAROTA EXEMPLAR<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm8Nskjm7Ayvpo76uszVOY0oEUgqJP0yJJlhpFMA8AqjRB2rhiZTP5irJeTRxeB3fFAaChti25DGDBsynBdJxYXZZyi8lTiFRj5SprCAkc0ynYmvFvt-yq93Yd99g7TFvgCwuh8aliwo8/s1600/GAROTA+EXEMPLAR.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm8Nskjm7Ayvpo76uszVOY0oEUgqJP0yJJlhpFMA8AqjRB2rhiZTP5irJeTRxeB3fFAaChti25DGDBsynBdJxYXZZyi8lTiFRj5SprCAkc0ynYmvFvt-yq93Yd99g7TFvgCwuh8aliwo8/s200/GAROTA+EXEMPLAR.jpg" width="138" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
No início de 2015 saiu a lista dos filmes que estavam
indicados ao Oscar 2015 e dentre as indicações para Melhor Atriz estava
Rosamund Pike pelo filme Garota Exemplar. Numa reportagem sobre o filme
descobri que seu roteiro fora adaptado do livro homônimo pela própria autora.
Confesso que isso aguçou minha curiosidade pela obra que eu já havia visto nos
sites de livrarias. Como não houve indicação do filme para a categoria Melhor
Roteiro Adaptado e a Rosamund Pike não ganhou o Oscar, decidi que só assistiria
ao filme depois de ler o livro que a essa altura já estava na casa dos seis milhões
de exemplares.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Comprei o livro meses depois numa liquidação e foi uma
grande surpresa face aos comentários pouco elogiosos que ouvi sobre o filme, e que,
acreditem, ainda não assisti. Gosto de me render a boas histórias e a autora
Gillian Flynn (1971) faz do seu livro um <i>best
seller</i> daqueles que você esquece de comer, dormir, e leva o livro até para
o chuveiro. A história de Amy e Nick narrada ora por um e ora por outro, em
capítulos alternados, conseguiu a proeza de me prender desde o início, a partir
da página cinquenta eu já estava entregue e à medida que lia me envolvia mais e
mais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Amy é a garota exemplar, foi feita de objeto pelos pais
psicólogos que publicaram livros contanto sua vida e expuseram sua infância e
adolescência para uma multidão de aficionados que compravam os livros da série.
Amy cresceu e o público perdeu o interesse pelos livros que seus pais
escreviam. Nick nasceu minutos antes de sua irmã gêmea Margo e foi mimado,
paparicado e embalado pela sua família. Amy e Nick se conhecem, casam-se e
vivem suas vidas até que a recessão lhes tira o emprego e a mãe de Nick é
diagnosticada com câncer. Nick usa essa desculpa como mote para sair de Nova
York e voltar a morar em North Carthage, Missouri, sua cidade natal, o
casamento estava desintegrando. No dia do aniversário de cinco anos de casados,
bodas de madeira, Amy desaparece e várias evidências apontam Nick como culpado.
Mas será que ele assassinou Amy, a garota exemplar? O pior é que ele é um
babaca, mente para a polícia, esconde fatos, e só ajuda a incriminar-se ainda
mais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Mas engana-se o leitor que pensar tratar-se de mais um
livro de crime e castigo, é muito mais que isso, Amy e Nick são duas mentes
doentes em diferentes níveis, precisam um do outro para sentirem-se motivados e
atormentados, cada um cumprindo seu papel na frente das câmeras de TV. Por
diversas vezes parei de ler completamente estupefato pelo que se revelavam os
capítulos. Hoje vivo num mix de emoções: tenho medo da autora, penso nela como
uma desequilibrada mental e acho que seu marido devia repensar a relação, mas
também estou ansioso para ler seu próximo livro. No fim das contas talvez o
louco aqui seja eu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Local: Ponto de ônibus em frente à Sala de Arte - Cinema da Ufba</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Data: 26/03/2016</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-21720230266946701462016-02-14T11:36:00.001-03:002016-03-27T11:20:40.212-03:00O BANGALÔ<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNyxm6DKyemIfuIX_OZdSZMN5uRHMnz4qRMVXDVIpfQS7QJBWHoyvxi8MEW4nCX8xTEj4ES2NjgDMY9XTe-FLIikv7374YVJDsAToKojyFgyeG5aBmVNJgwEBX0-SF3zvccXYeDq5AXxg/s1600/O+BANGAL%25C3%2594.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNyxm6DKyemIfuIX_OZdSZMN5uRHMnz4qRMVXDVIpfQS7QJBWHoyvxi8MEW4nCX8xTEj4ES2NjgDMY9XTe-FLIikv7374YVJDsAToKojyFgyeG5aBmVNJgwEBX0-SF3zvccXYeDq5AXxg/s200/O+BANGAL%25C3%2594.jpg" width="139" /></a></div>
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<br /></div>
Numa fase de minha vida que já relatei aqui no blog eu
lia qualquer coisa, e quando escrevo as palavras ‘qualquer coisa’ não o faço no
sentido pejorativo. Não eram os grandes clássicos, mas livros populares
vendidos nas bancas de revista cujo preço eu podia pagar, estou me referindo à
série de livros Júlia, Sabrina e Bianca cujas histórias de amor rocambolescas,
passadas em castelos, ilhas ou paisagens paradisíacas, variavam sempre entre
uma mulher pobre que se apaixonava por um homem rico ou vice versa.<o:p></o:p><br />
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<br /></div>
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Apesar de achar as narrativas por vezes muito pobres eu
gostava de imaginar os autores debruçados em suas máquinas de escrever, único
recurso da época ainda sem computadores, transpondo para o papel uma quantidade
sem fim de romances ambientados em lugares exóticos, com passagens sofridas e o
amor vencendo nos finais. Nesses livros a autoria das histórias não aparecia
com o destaque merecido e posso até apostar que eram todos pseudônimos. Eu,
canceriano que sou, gosto de um bom romance, mas acima de tudo gosto de uma
história bem contada.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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É como vejo a escritora Sarah Jio (1978) e seus livros. O
Bangalô, que irei abandonar, faz parte de uma evolução das histórias contadas
nas séries Júlia, Sabrina e Bianca. Já na capa a editora providencia um verbete
que diz “Quanto tempo você está disposto a esperar por sua felicidade?” Agora é
só começar a ler a primeira das 314 páginas para deparar-se com um segredo, uma
carta recebida que trará recordações mais de cinquenta anos depois de vividas.
Uma senhora, Anne, conta para sua neta, Jennifer, o que aconteceu em sua vida
quando tinha apenas 21 anos, ia casar-se com um homem bom, tinha a segurança da
família em Seattle, mas resolve seguir os passos da melhor amiga Kitty e
alistar-se como enfermeira voluntária para a base aliada situada na ilha de
Bora Bora durante a Segunda Guerra Mundial.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Chegando à ilha ela vai conhecer uma realidade dura e inóspita
durante o período de guerra, mas também conhecerá Westry, um soldado que
despertará em Anne sentimentos ainda não vividos dentro de um bangalô escondido
numa praia deserta. Idas e vindas, tarefas da guerra, mal entendidos, segredos,
traições e o assassinato de uma nativa serão explicados mais de cinquenta anos
depois. Os românticos de plantão irão suspirar ao final.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
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Local: Mezanino restaurante Raízes - Shopping Barra</div>
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Data: 26/03/2016</div>
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Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-11082920850499461692016-02-07T11:32:00.000-03:002016-03-27T11:18:16.475-03:00GREY<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3yNht5px5Bnv4FwF1O4BbzCBfaMuHOo9G7frFXA5IOhypv7MMfgWxEMj1vT0Dt-JjTmOS0BHRhsvXVtDCZd1w1l53epuALCgnUov1sgHtfgi-n2Al6mWWuNk50FY3YL8vsuX_kIOarlU/s1600/GREY.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3yNht5px5Bnv4FwF1O4BbzCBfaMuHOo9G7frFXA5IOhypv7MMfgWxEMj1vT0Dt-JjTmOS0BHRhsvXVtDCZd1w1l53epuALCgnUov1sgHtfgi-n2Al6mWWuNk50FY3YL8vsuX_kIOarlU/s200/GREY.jpg" width="138" /></a></div>
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<br /></div>
Faz algum tempo que estou aqui parado sem saber o que
escrever sobre o livro citado no título deste post e isso é raro de acontecer.
Não tenho pretensão de ser a nova Mãe Dináh ou tão famoso quanto Walter
Mercado, mas escrevi aqui no blog em junho de 2014, no post ‘Cinquenta Tons de
Liberdade’ que era bem provável que a escritora E. L. James (1963) ainda
abocanhasse uns trocados lançando a versão de Cristian Grey para a saga
Cinquenta Tons, no último livro havia um capítulo inteiro com a versão dele
para o primeiro encontro com Anastacia Steele. E não é que dois anos depois lá
está ele nas livrarias com todo o alarde que a editora pôde pagar para o
lançamento.<o:p></o:p><br />
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É óbvio que ninguém me obrigou a ler o livro, muito menos
a compra-lo, mas quem me conhece sabe que eu não ia resistir à curiosidade de
ler o que ainda poderia render da história de amor e fantasias BDSM soft sob a
perspectiva de Christian Gray. Nos três livros da série li sobre todas as
inseguranças, questionamentos e devaneios românticos de Anastacia, o Christian
aparecia nos diálogos, e-mails, SMS, e nas ações que ambos faziam juntos. Nesse
novo volume eu li sobre todas as inseguranças, questionamentos e devaneios
antirromânticos que o Christian viveu nos momentos que não estavam juntos e
Anastacia tem voz somente nos e-mails, mensagens de SMS e nos diálogos copiados
do primeiro livro.<o:p></o:p></div>
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Pelo menos para mim esse livro serviu para mostrar o
quanto Grey é doente, uma alma atormentada, prepotente disfarçado e bom moço
com suas ações para abrandar a fome mundial ou a ajuda que proporciona aos
poucos eleitos do seu séquito de empregados. Mesmo vestindo essa capa sedutora
de luxos e benesses que o dinheiro pode comprar Grey se mostra extremamente
machista, possessivo, subjugando a mulher como objeto de prazer sexual. Na minha mais modesta opinião nem seu passado
obscuro justifica esses atos. Fantasias sexuais todos nós temos, é uma forma de
amainar o entediante “sexo baunilha”, mas imprimir dor na pessoa amada e sentir
prazer com isso deve ser passível de tratamento. <o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Acredito que E. L. James trabalhou muito para escrever
esse volume e a ideia é boa, contar a mesma história sob a ótica de outro
personagem, ser fiel à primeira obra e ainda por cima buscar o ineditismo dos
acontecimentos. Confesso que por breves momentos dei algumas risadas com a nova
versão, principalmente na relação de Christian com seus fiéis empregados e o
comportamento deles face ao atendimento inquestionável dos seus desejos.<o:p></o:p></div>
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Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
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Local: Passeio Público - banco próximo à entrada do Teatro Vila Velha</div>
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Data: 25/03/2016</div>
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Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3428365195152717613.post-3630562393714693342016-01-31T10:57:00.001-03:002016-03-27T11:16:25.808-03:00AS ESPIÃS DO DIA D<div class="MsoNoSpacing">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0JLJW5Y7UzR6F1xV29DikvNvvsFF-aD4V2_hjBVQ3_e5yUsVqvXYBsxQt803Jal7EacDnwg3VGoaxHMZT1f9IsHYyngSc7_QK6EEpCl9vuVKCUPDNSmlquBWNO26AtjB4dWIW__TQtqM/s1600/AS+ESPI%25C3%2583S+DO+DIA+D.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0JLJW5Y7UzR6F1xV29DikvNvvsFF-aD4V2_hjBVQ3_e5yUsVqvXYBsxQt803Jal7EacDnwg3VGoaxHMZT1f9IsHYyngSc7_QK6EEpCl9vuVKCUPDNSmlquBWNO26AtjB4dWIW__TQtqM/s200/AS+ESPI%25C3%2583S+DO+DIA+D.jpg" width="136" /></a></div>
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<br /></div>
Fico tão feliz quando leio um bom livro que às vezes me pego sabotando
a leitura para que o livro não acabe e ao mesmo tempo quero ler rápido para
saber como vai terminar a história. Parece contraditório e realmente o é, sou acometido
por uma ansiedade boa e fecho o livro nas horas mais impactantes para, em
seguida, abrir novamente e seguir devorando as palavras com os olhos. A leitura
de As Espiãs do Dia D aconteceu exatamente como expliquei acima. Ganhei de
presente no ano passado e como leio imediatamente a orelha de qualquer livro
que me caia às mãos, o tema Segunda Guerra Mundial me pareceu <i>déjà vu</i> com outra obra do Ken Follett
(1949), O Buraco da Agulha, que li nos anos 1980.<o:p></o:p><br />
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Por isso o livro acabou ficando na estante por uns bons meses até que
tia Liane me ligou pedindo emprestado algo para ler, ela sempre faz isso e
deixa a escolha sob meu critério. Como já sei que gosta dos romances e de
preferência com personagens femininos fortes, bastou olhar a estante para
escolher As Espiãs, mas fiquei impressionado quando ela me devolveu, quatro
dias depois, dizendo que não conseguiu parar de ler. Minha curiosidade foi
despertada e eu coloquei o livro no primeiro lugar da fila. Não me arrependi.<o:p></o:p></div>
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Ken Follett conquistou seus fãs com um estilo absolutamente
avassalador de escrever, a grande maioria de suas obras possui a temática da
guerra, com doses de espionagem e um pouco de romance para apimentar a história
que, quase sempre, usa fatos históricos como pano de fundo. É às vésperas do Dia
D que os destinos de Felicity Clairet, ou Flick como todos a chamam, e Dieter
Frank se cruzam. Ela é Major da Executiva de Operações Especiais do exército
britânico, uma mulher lutadora, bonita, bem treinada, capaz de pensar rápido e
escapar quase ilesa do perigo iminente nas operações de resistência face à
fúria expansionista do Terceiro Reich. Dieter é General do Exército Alemão,
extremamente sagaz e exímio torturador de soldados inimigos, não se furta a
torturar também civis se perceber que pode tirar proveito disso para o bem de
Hitler e da Alemanha. Flick e Dieter travarão uma luta de inteligência e
perspicácia que vai culminar num final de tirar o fôlego.<o:p></o:p></div>
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O que mais admiro na escrita de Ken Follett é que, mesmo usando fatos
históricos como ambientação da obra e todos já sabendo como esses fatos
aconteceram, a narrativa é tão interessante quanto se fosse cem por cento
inventada.<o:p></o:p></div>
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Cidade do abandono: Salvador/BA</div>
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Local: Escada lateral do casarão do Museu Palacete das Artes</div>
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Data: 25/03/2016</div>
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Odilon Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/12654804981998445305noreply@blogger.com0