Recentemente percebi ao meu redor uma série de fatos que
poderiam passar simplesmente por mera coincidência, se por acaso eu acreditasse
nelas. Não sou um crente fervoroso, nem um descrente leigo, mas acredito que
tudo que acontece a sua volta tem um sentido, ou pode ser aproveitado como tal.
Dito isso aproveito para apresenta-los ao livro que pretendo abandonar: Brasil:
Nunca Mais.
Mas vamos aos fatos. Estive arrumando minha estante para a
entrada de novos livros e quando acabei a arrumação notei que ficou bem na
frente um livro vermelho, era ele. Recentemente vejo nas redes sociais a
quantidade de manifestos, protestos, convocações para passeatas, argumentações
fervorosas, críticas eloquentes, sobre os mais diversos assuntos. Para mim o
campeão é o pastor Feliciano, até eu que pouco uso o Facebook já postei minha
opinião a respeito desse senhor. Na quarta-feira passada finalmente assisti na
integra o programa Saia Justa do canal GNT com sua nova formação, e aqui me dou
o direito de abrir um parêntese para manifestar minha saudade do elenco que deu
origem ao programa; Mônica Waldvogel, Marisa Orth, Rita Lee e Fernanda Young,
quando a nova âncora Astrid Fontenelle comenta sobre os “manifestos do sofá”,
ela falava sobre essa nova geração pós anos 2000 que se utiliza da internet
para protestar e promover manifestos sem sair de casa.
Imediatamente olhei para a estante e lá estava ele, Brasil:
Nunca Mais. Será que essa nova geração que tanto usufrui das benesses de uma
democracia e expressa sua opinião com tamanha eloquência sabe o quanto foi
penoso e dolorido para outros tantos expressar suas opiniões durante o período
da ditadura militar?
O livro foi escrito a partir de um projeto desenvolvido por
Dom Paulo Evaristo Arns, Rabino Henry Sobel e o Pastor presbiteriano Jaime
Wright, realizado clandestinamente através de pesquisas entre 1979 e 1985, tem
como mote os relatos feitos em juizo por opositores do regime de 1964 que tiveram papel fundamental na identificação dos torturadores do regime militar e denunciaram as perseguições, assassinatos, desaparecimentos e as torturas. Atos praticados nas delegacias, unidades militares e locais cladestinos mantidos pelo aparelho de repressão no Brasil.
É um livro obrigatório para que conheçamos de onde viemos e analisar para onde vamos.
E para não ser tachado de tendencioso recomendo também a leitura do livro "Tentativas de Tomada do Poder". É o mesmo estudo sobre os casos e pessoas retratadas em Brasil: Nunca Mais feito pelos órgãos de repressão do período, a versão da polícia para a mesma história.
É um livro obrigatório para que conheçamos de onde viemos e analisar para onde vamos.
E para não ser tachado de tendencioso recomendo também a leitura do livro "Tentativas de Tomada do Poder". É o mesmo estudo sobre os casos e pessoas retratadas em Brasil: Nunca Mais feito pelos órgãos de repressão do período, a versão da polícia para a mesma história.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Praça da Igreja - Itapoan
Data: 25/05/2013