terça-feira, 26 de março de 2013

A CARÍCIA DO VENTO


Janet Dailey (1944) tinha trinta anos quando repetiu mais uma vez para seu marido que poderia escrever livros melhores do que aqueles que já tinha lido. Consumidora voraz de romances desde pequena, quando suas irmãs mais velhas liam para ela, e mais tarde com seu próprio cartão da biblioteca pública acostumou-se a fuçar todo tipo de romance e os devorava avidamente. Desafiada pelo marido para enfim escrever suas próprias histórias não demorou muito para que Janet conseguisse que a Harlequin multinacionais publicasse seu primeiro romance.

O livro que pretendo abandonar chama-se “A Carícia do Vento”, faz parte do universo da escritora que traz heroínas pouco convencionais para a época, não eram mais virgens e apaixonavam-se por homens pobres ou pouco atraentes, mas sempre com personalidades fortes para haver um embate.

Na leitura conheceremos Sheila Rogers, uma garota rica muito mimada pelos pais que a tratavam como princesinha. Casa-se com Brad, um caça dotes bonito e envolvente. Na lua de mel no México Brad é assassinado e ela sequestrada. Sheila conhece o seu raptor, um homem forte, corajoso e idealista, chamado Ráfaga, uma espécie de Robin Hood que encarna a esperança de pessoas oprimidas que vivem sem comida, sem justiça, a mercê da vontade das autoridades locais. O ódio e a rejeição inicial dá lugar a uma paixão arrebatadora entre eles. Duas personalidades e realidades que repelem e seduzem ao mesmo tempo, tanto que de raptada Sheila torna-se a raptora num revés surpreendente, sedutor e picante.

Reza a lenda que Janet é altamente disciplinada e quando está escrevendo um novo romance se impõe uma meta de quinze páginas por dia. Num dia bom isso pode durar entre oito ou dez horas de trabalho, num dia não muito inspirado pode passar de quatorze horas. Uma peculiaridade da sua eficácia é que ao completar as quinze páginas ela para de escrever mesmo que esteja no meio de uma frase. Segundo Janet os pensamentos inacabados são um incentivo para recomeçar a escrever no dia seguinte.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Concha Acústica do Teatro Castro Alves
Data: 13/04/2013

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