domingo, 3 de abril de 2016

A DEUSA CEGA


Quando trabalhava no Café Teatro Rubi sempre havia um hiato entre a passagem de luz do show ou peça de teatro e a efetiva realização do mesmo. Um espaço de tempo de mais ou menos noventa minutos entre os ajustes finais e a abertura da cortina. Eu ocupava esse tempo conversando com os colegas e também lendo, claro. Desde a adolescência que me faço acompanhar de um livro quando vou a algum lugar e desfruto do tempo a meu favor. Já revelei esse fato algumas vezes aqui no blog. Numa dessas esperas a diretora de teatro e grande mestra Hebe Alves me encontrou lendo num canto e surpreendeu-se, sem querer desmerecer os demais colegas técnicos de luz ou som, mas tenho de concordar que a leitura não é um hábito da classe técnica.

Começamos a conversar e ela me contou sobre sua predileção por livros com histórias de crimes e suspense e então me fez anotar o nome Anne Holt (1958) para que pudesse pesquisar sua obra. Não sou um aficionado por esse tipo de literatura, mas histórias são histórias e é delas que gosto. Pesquisei a autora e descobri uma série de livros publicados, desde 1993, dedicados ao crime e a resolução deles pela inspetora de polícia Hanne Wilhelmsen. Resolvi começar com o primeiro, A Deusa Cega.

A história começa num passeio matinal da advogada Karen Borg com o seu cachorro que é interrompido pela descoberta de um corpo desfigurado jogado num canteiro de plantas. Em seguida Hakon Sand, seu ex-colega de curso e ex-melhor amigo, que agora trabalha como assistente da promotoria de Oslo, a chama para defender o assassino que foi preso vagando todo ensanguentado pelas ruas. Em seguida um advogado é assassinado de forma fria e cruel com um tiro no rosto. Os crimes não parecem ter relação até a chegada da inspetora Hanne Wilhelmsen que tem a intuição de que algo grande está para acontecer e começa uma investigação em parceira com Hakon.

Prepare-se porque a autora gosta de nos ver sofrer, ela antecipa acontecimentos para que fiquemos curiosos em saber como isso irá se desenrolar, escreve capítulos curtos e explicativos dos fatos passados e nos instiga a querer mais e mais. Rapidinho as 342 páginas serão consumidas avidamente pelos leitores mais afoitos.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Entrada do Teatro Jorge Amado
Data: 28/04/2016

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