domingo, 10 de abril de 2016

ROMEU E JULIETA


Quando escrevi o post sobre Ricardo III em julho de 2015 fiz uma retrospectiva sobre a entrada de William Shakespeare (1564-1616) em minha vida e falei muito sobre como o teatro funcionou para o entendimento da obra. Lembro que o espetáculo Romeu e Julieta apresentado durante 13 anos pelo Grupo Galpão me fez chorar por causa do lirismo da encenação, embora, mesmo sem ter lido o livro, eu já soubesse do que se tratava e qual seria o final da história. Acredito que 99% dos seres humanos sabem esse enredo, mesmo que nunca tenham lido o livro ou assistido uma versão para o teatro, cinema ou TV.

Em Verona, Itália, pelos idos anos 1600, duas famílias, Capuletos e Montecchios, se odeiam ao ponto de ter a cidade onde moravam completamente dividida. Romeu Montecchio conhece Julieta Capuleto numa festa e é fisgado definitivamente pelo amor romântico plenamente correspondido. Na mesma noite Romeu pula o muro da mansão inimiga para revelar seu amor por Julieta, é aí que acontece a famosa cena da varanda e os versos de amor que serão repetidos para todo o sempre. Decididos a casar-se em segredo por causa da inimizade entre suas famílias os jovens buscam o apoio do Frei Lourenço, peça fundamental nessa trama que acabará na tragédia mais conhecida do mundo, só perdendo para a crucificação de Jesus.

Essa obra irá influenciar inúmeras versões para os mais variados gostos e estilos, fiz uma busca no Google sobre sua correlação com o cinema e encontrei desde versões teatralizadas como as dirigidas por George Cukor – 1936 e Franco Zeffirelli - 1968 até as mais modernosas como Romeu + Julieta de Baz Luhrmann – 1997 (no meu conceito a melhor) e a versão para a TV de Carlo Carlei de 2013, passando por aquelas que fazem uma analogia à obra original como West Side Story de 1961 e a nacional O Casamento de Romeu e Julieta dirigida pelo Bruno Barreto em 2005. Temos também as versões de animação como Monica e Cebolinha no Mundo de Romeu e Julieta de 1979 e a esquisita Gnomeu e Julieta de 2011. Sem deixar de fora o filme Romeu Tem Que Morrer dirigido pelo Andrzei Bartkowiak em 2000, muita ação e pouco contexto literário. Claro que não posso esquecer a citação no filme chanchada Carnaval no Fogo – 1949, a paródia da cena do balcão com Oscarito interpretando Romeu e Grande Otelo como Julieta é impagável.

O livro que vou abandonar tem uma tradução primorosa de Heliodora Carneiro de Mendonça (1923-2015), mas conhecida como Barbara Heliodora, professora, escritora, tradutora e ferrenha crítica de teatro. Foi a maior autoridade brasileira sobre a obra de Shakespeare. Portanto prepare-se.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Banco do jardim na entrada da Escola de Teatro da UFBa.
Data: 29/04/2016

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