O filme foi lançado sem que eu tivesse tempo de ler o
livro e por isso não foi assistir. Tempos depois eu li uma matéria que falava
sobre a cidade de Dublin, na Irlanda, ter sido nomeada pela UNESCO como ‘Cidade
da Literatura’, um reconhecimento por sua contribuição com o universo literário.
Autores consagrados como James Joyce, Oscar Wilde, Bram Stoker, Samuel Beckett
e George Bernard Shaw são irlandeses, assim como uma nova safra como Marian
Keves, Cecelia Ahern e John Boyle. Uma luz acendeu acima da minha cabeça igual
às histórias em quadrinhos quando o professor Pardal tinha uma ideia, lembrei
do livro, do filme, e do autor John Boyle (1971) e pensei, é chegada a hora de
ler a história do menino de pijama.
Devorei o livro em três dias e fiquei arrependido de não
ter lido antes. Ainda não vi o filme, acho que não quero ver o que foi adaptado
para o cinema. É uma linda história sobre a amizade e a inocência de dois
garotos separados por uma cerca elétrica e pelo antissemitismo. Bruno é filho
de militar alemão, tem oito anos e vê sua vida transformar-se em tédio quando o
pai é transferido para uma nova casa que fica numa região isolada e sem ninguém
para brincar. Da janela do quarto ele vê uma cerca de arame e além dela muitas
pessoas trajando uma roupa listada que ele pensou ser um pijama. Em uma das
suas incursões solitárias pelos arredores da casa conhece Shmuel, um garoto que
também tem oito anos e vive do outro lado da cerca. Shmuel lhe conta como vivem
por lá e daí nasce uma amizade que levará Bruno a fazer tráfico de comida e
desconfiar do emprego de seu pai. Certo dia Shmuel pede ajuda a Bruno, este
cava um buraco e passa para o outro lado da cerca, veste um pijama listrado e
embrenha-se com o amigo pelo acampamento.
John Boyle afirmou numa entrevista que nunca tinha ido a
um campo em Auschwitz, e que escreveu a primeira versão do livro em dois dias e
meio. Rebate algumas críticas quanto à verdade histórica do livro dizendo que é
apenas uma fábula e por isso não tem compromisso com a realidade. Verdade ou
não, a obra foi traduzida para mais de quarenta línguas e vendeu mais de cinco
milhões de exemplares.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Praça de Alimentação - Ceasa Rio Vermelho
Data: 30/01/2016
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