Há anos também dedico meu tempo a ler autores brasileiros: os
clássicos como Artur de Azevedo, Monteiro Lobato, Clarice Lispector, Jorge
Amado, etc, os já consagrados como Paulo Coelho, Nelson Motta, Jô Soares,
Guilherme Fiuza, etc, e também a nova geração. E é nessa classe que chamo de
‘nova geração’ que está Thalita Rebouças (1974), o primeiro e único livro que
li da série foi o que a consagrou e vendeu milhares de exemplares: Fala Sério,
Mãe! Ela foi bastante esperta para abocanhar um nicho de leitores adolescentes
muito carentes de histórias que envolvam o seu universo no Brasil. Em 2003, quando
o livro foi lançado, vivíamos o auge da saga Harry Potter no quinto livro da
série e Thalita aproveitou bem o segmento nacional que estava vazio.
Contar histórias sobre mãe e filha a partir da gravidez com os depoimentos
de Angela Cristina, mãe de primeira viagem, assustada e temerosa, esperando sua
filha Maria de Lourdes, vivendo situações engraçadas e que muitas vezes parecem
irreais de tão verossímeis e depois entregar o protagonismo do livro para a
filha os 12 anos, que a essa altura já é uma típica adolescente cheia de
questionamentos e certezas absolutas que duram 24 horas, que paga todos os
micos da mãe superprotetora, já se autodenomina apenas Malu e nos contará sua
trajetória até os 21 anos foi uma ideia um tanto audaciosa.
Talvez porque já fosse “velho” quando li o livro, achei Angela uma mãe
divertida e muito identificável, e Malu é um porre, garota chata e muito
estúpida com a mãe. A segunda metade do livro é apenas risível e carimbou em
mim um efeito desapontador para finais de livros.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Loja Pãozinho Delícia - Porto da Barra
Data: 23/01/2016
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