domingo, 22 de novembro de 2015

SEIS ANOS DEPOIS


Na minha mais modesta opinião Harlan Coben (1962) é o novo Sidney Sheldon. Claro que não estou colocando os dois no mesmo balaio, como se o primeiro fosse cópia do segundo, mas sinto essa proximidade principalmente no estilo frenético das historias contadas e na facilidade que ambos possuem de prender o leitor a cada final de capítulo. Tarefa que não é das mais fáceis quando percebo que as pessoas torcem o bico para livros com mais de 150 páginas ou capítulos com mais de três. Hoje em dia estamos fadados aos 140 caracteres do Twitter ou os textos de três linhas do Facebook, e se não tiver foto o post pode passar completamente despercebido. Estamos na era da imagem e a escrita está praticamente resumida às mensagens cifradas do WhatsApp e a obrigatória redação do ENEM.

Sidney Sheldon foi um escritor cujas histórias giravam em torno de grandes fortunas. Seus personagens, a grande maioria mulheres, eram pessoas comuns que trabalham como loucos e conseguem construir fortunas inimagináveis. Ou então são perseguidos por milionários, ou multimilionários, que em algum momento tornaram-se seus desafetos. Na sua escrita viajaremos por países exóticos, transitaremos por palácios, barcos, hotéis de luxo e haverá sempre o sexo para apimentar as tramas. Harlan Coben tem um estilo vertiginoso, seus personagens são pessoas comuns que vivem em casas simples e geralmente não há grandes fortunas envolvidas. Nos livros que já li até hoje o argumento principal são os sentimentos entre as pessoas. Sua trama tem tudo para ser a mais realista possível, mas seus personagens vivenciam histórias que beiram o inacreditável e a cada final de capítulo você é praticamente empurrado para ler o próximo.

É assim que a trama de Seis Anos Depois vai te envolver de tal forma que deixar o livro antes do final será quase impossível. Jake Fisher estava com dificuldade para escrever sua dissertação de mestrado e foi encaminhado pelo seu mentor para um sítio que funcionava como um retiro. Lá ele conhece Natalie Avery e juntos vivem os melhores meses de suas vidas. Estavam perdidamente apaixonados quando Natalie rompe com tudo e se casa dias depois com Todd, que ela disse ser um antigo namorado. Jake vai até a capela e testemunha o amor de sua vida casar-se com outro. No final da cerimônia Natalie vai até Jake e lhe faz prometer que a deixaria em paz. Amargurado e infeliz Jake faz a promessa e dedica-se exclusivamente à sua carreira de professor universitário até que, seis anos depois, lê por acaso no obituário da universidade a notícia da morte de um ex-aluno, Todd Sanderson. Uma luz se acende e aqueles seis anos parecem ser um fardo pesado demais, ele decide ir reencontrar Natalie no enterro de Todd quando descobre que o casamento deles nunca aconteceu de verdade, foi uma encenação.

Aposto como você já está curioso, eu também ficaria com um argumento desses. Principalmente se você também ler o seguinte parágrafo que está na contracapa do livro: “Agora ele está decidido a ir atrás dela, esteja onde estiver, mas não imagina os perigos que envolvem procurar uma pessoa que não quer ser encontrada.” Acreditem, eu li o livro, e os perigos são muitos.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Orla da Pituba, em frente à Perini
Data: 16/01/2016

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