Ao contrario dos seus mais de seis milhões de seguidores
eu não tinha a menor ideia de quem era Kéfera Buchmann (1993) até ler uma
matéria sobre a Bienal do Livro no Rio de Janeiro que comentava a necessidade
de reforçar a segurança por causa dos milhares de jovens que circulavam no
pavilhão da bienal para vê-la. Seu livro recém-lançado, Muito Mais Que 5inco Minutos, estava no topo das vendas. Nessas horas eu me pergunto... Quem é essa
pessoa? Os tais algoritmos não me avisaram da sua existência. Então vou até o Google e numa pesquisa rápida que durou 22 segundos
aparecem 446 mil referências ao nome Kéfera. Fui até a livraria no shopping e
lá estava o livro, numa pirâmide enorme logo na entrada. Comprei.
Li as 144 páginas numa tarde. Livro de fácil leitura com
expressões corriqueiras que ouço por aí, voltado para o que vou chamar de
“mundo Kéfera”. É uma autobiografia com ares de livro de autoajuda, misturado
com o que eu acho que sejam crônicas do cotidiano de uma garota que sofreu
bullying, soube ser forte quando foi necessário, o primeiro beijo, a escola, as
roupas da moda, etc... É um livro sobre o ‘antes da fama’, uma espécie de ‘quem
sou eu e onde tudo começou’, que pode ser interessante para alguns e para
outros nem tanto. Eu estou no segundo grupo, #prontofalei, sem medo de ter
adquirido mais de seis milhões de inimigos, afinal, opinião todo mundo tem a
sua e eu me reservo no direito de ter a minha.
E com isso não estou desdenhando da autora, assisti
alguns vídeos no canal 5inco Minutos e gosto do seu trabalho como atriz. As
notícias pipocam nos jornais sobre os benefícios que essa turma está fazendo
para literatura, que muitos jovens estão com livros nas mãos pela primeira vez
e isso pode se tornar um hábito, desenvolver a curiosidade para outros autores.
Eu cá tenho minhas dúvidas, acho isso papo furado de editor para vender, mas no
fundo fico na torcida. Se eu comecei na literatura pelos gibis do Tio Patinhas
e já li Guerra e Paz, de Tolstoi, quem começa por Muito Mais Que 5inco Minutos pode
um dia chegar a ler, pelo menos, O Cortiço, de Aluísio Azevedo.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Banco da pracinha no Porto da Barra em frente ao Instituo Mauá
Data: 03/01/2016
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