domingo, 3 de maio de 2015

CHACRINHA - A BIOGRAFIA


Ando lendo muitas biografias ultimamente. Acho isso bom. Eu adoro uma historia e quando é real fica melhor ainda. A ficção pode ser muito instigante, mas dificilmente conseguirá ser melhor que a vida ao vivo, e alguns personagens reais que à primeira vista podem parecer banais tiveram uma vida muito rica. Isso vai depender também de quem tomou para si a tarefa de transpor para o papel a história.

Denilson Monteiro (1967) autor de Chacrinha – A Biografia já é figurinha carimbada nesse nicho editorial, dentre os livros que eu já li ele participou de Vale Tudo - O Som e a Fúria que retratava a vida de Tim Maia, Minha Fama de Mau que conta a vida de Erasmo Carlos, cuja versão final é assinada pelo próprio biografado e Bussunda – A Vida do Casseta. Ainda não li seus escritos sobre Ronaldo Bôscoli, Carlos Imperial e Cartola.

Um pensamento veio à minha cabeça quando acabei de ler a última página de Chacrinha: é pouco. Tive a nítida sensação de que o personagem era muito maior que o retrato pintado em palavras no livro recheado de fotos de várias épocas. Entendo a necessidade das fotografias para ilustrar a personalidade marcante do “Velho Guerreiro”, mas elas consomem boa parte das 363 páginas do livro que, na minha mais humilde opinião, carece de mais pesquisa, mais depoimentos e mais profundidade familiar. Mesmo que o foco da biografia do Chacrinha fosse sua vida profissional acho que ainda ficou devendo retratar com mais detalhes a produção dos programas, sua relação com os artistas e com as Chacretes. Talvez por isso se justifique o tratamento tão raso da vida familiar, e embora saibamos que Chacrinha era um trabalhador incansável o livro não revela muito dos bastidores, um casinho aqui, uma curiosidade acolá, um palavrão dito e repetido nas crises de ansiedade a cada início de programa e é só.

Fico na torcida para que outras biografias do Chacrinha sejam lançadas com mais propriedade, mais riqueza, exatamente como o biografado merece. Essa, no meu Cassino, receberia algumas buzinadas e um troféu abacaxi.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Mesa grande do café - Espaço Itaú de Cinema
Data: 20/06/2015

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