Quem já leu de verdade as obras do Luis Fernando não se
enganará. Seu humor é sutil, inteligente, não tem piada pronta. Suas histórias
são quase cotidianas e é justamente nesse ponto que percebemos o quanto é
genial e brilhante. Não será preciso usar de escatologia, palavrões ou
humilhações, seu humor vem do verdadeiro e por isso mesmo é muito mais
engraçado.
Li pela primeira vez A Mesa Voadora em 1986 dentro do
ônibus fretado que me levava e me trazia do trabalho. Mas tarde, em 2001,
ganhei outro exemplar, 1ª edição quando o autor migrou da editora Globo para a
Objetiva, e será esse livro que vou abandonar. É um livro delicioso, me perdoem o trocadilho
infame, porque trata de comida e casos inusitados que podem vir de sofisticados
bistrôs em Paris ou de restaurantes de beira de estrada. São memórias
gustativas de um mestre nas histórias curtas, vamos nos deliciar com
minestrones, carnes malpassadas, tortas sofisticadas, e aprender sobre buffet, festas,
o vinho e a ressaca, e lembrar que na adolescência a luta era desigual entre
mais uma cuba-libre ou a paquera nas festas.
Engana-se quem está esperando um livro de receitas, longe
disso, nosso mestre nos surpreende ao afirmar que a única etapa de qualquer
receita que lhe interessa é a parte que vem depois da frase “leve à mesa”. Na
orelha do livro há a informação de que ele só entra na cozinha para abrir a
geladeira, nesse ponto somos irmãos gêmeos.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Garagem G1-Norte - Shopping Barra
Data: 25/07/2015
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