De ‘As Sete Vidas de Nelson Motta’ posso dizer duas coisas:
Primeiro, sou fã e queria ter vivido a vida dele. Desde
Noites Tropicais fiquei fascinado de como Nelson nasceu com a estrela da sorte.
Ele estava nos lugares certos nas horas certas e participou de momentos
maravilhosos da nossa música. A foto de capa de As Sete Vidas já diz tudo, lá
está ele ao lado de Tom Jobim, Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Caetano
Veloso, Braguinha, Linda Batista, Edu Lobo, Zé Keti e tantos outros que, na
época, já eram de gerações diferentes.
Segundo, o livro As Sete Vidas, para quem já leu Noites
Tropicais, soa menor e repetitivo. Não estou desmerecendo o livro, há coisas
novas que acrescentam mais ou menos glamour à sua história de vida, mas em
grande parte tenho a sensação que já vi esse filme. Entendi que muitos títulos
são o resgate das suas colunas nos diversos jornais que trabalhou e isso é um
mérito, mas o gênero imposto na obra é de autobiografia e em diversos momentos
soa raso, como se o próprio autor nos dissesse: “eu já escrevi sobre esse
assunto no livro anterior e agora vou dar só uma pincelada”.
Entretanto a constatação maior que me veio à cabeça quando
terminei a leitura foi que ‘estou velho’. Não sei se ultimamente ando lendo
muitas biografias: O Réu e o Rei, Chacrinha, Elis Regina, e em todas eu me
reconheci em muitos momentos, em várias passagens eu fechei o livro e disse a
mim mesmo: ‘Eu estava lá’. O mesmo aconteceu com esse livro, em muitas
histórias do Nelson eu lembrei a época, onde eu estava, e até o momento exato que
ouvi determinada música ou comprei o disco mencionado. Antigamente eu lia
livros de história que representavam um passado muito distante, agora estou
lendo outros livros, também de história, mas o passado faz parte da minha vida.
É, a idade chega.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Sofá do restaurante Mariposa - Shopping Barra
Data: 25/07/2015
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