domingo, 4 de janeiro de 2015

EU SOU MALALA


Este é o primeiro post do ano de 2015, quem me conhece bem sabe que o Natal não é das minhas festas preferidas, o Réveillon muito menos, mas sei que é quase impossível não se contaminar com a enxurrada de mensagens de paz, harmonia, etc, etc, etc... Como disse outro dia um amigo, é uma época que paira no ar uma energia bacana de bons pensamentos e bons desejos. Imbuído desse clima de bons agouros para o ano que se inicia vou abandonar um livro que me emociona muito, um desses livros que volta e meia presenteio amigos e sempre que posso releio partes para me assegurar que boas ações só dependem de nós mesmos.

Malala Yousafzai (1997) é uma garota nascida no vale do Swat, província de Khyber Pakhtunkhwa, no Paquistão, uma região dominada pelo Talibã desde meados de 2007 por ser um ponto crucial de vizinhança com o Afeganistão. Malala cresceu numa sociedade que privilegia e valoriza somente os filhos homens, é uma região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e a violência do Talibã. Ela obteve algumas regalias porque sua família gerenciava algumas escolas e proporcionou a filha uma educação escondida. Aos 11 anos Malala conseguiu se fazer ouvir, escrevia escondida para um blog contando seu quotidiano durante a ocupação Talibã, seus pontos de vista sobre a educação e principalmente a revolta com tratamento dado às mulheres no vale do Swat. O blog chamou a atenção da BBC de Londres e no verão seguinte o jornal The New York Times quis saber quem era essa garota. A popularidade de Malala cresceu muito depois que foi indicada pelo ativista Desmond Tutu para o Prêmio Internacional da Criança.

Em 9 de outubro de 2012 um homem armado subiu em um ônibus escolar cheio de crianças, chamou pelo nome de Malala, apontou-lhe uma pistola e disparou três tiros, uma das balas atingiu-lhe o lado esquerdo da testa. Ela ficou entre a vida e a morte por vários dias e a repercussão do atentado Talibã tentando calar Malala foi internacional, nesse trágico acontecimento sua luta pela educação ganhou proporções mundiais.

O livro conta essa fascinante história e os momentos cruciais que passou por causa da luta pelo direito à educação. Com apenas dezessete anos Malala foi a ganhadora do Nobel da Paz, juntamente com Kailash Satyarthi. Sua luta fez com que uma petição da ONU, com o slogan ‘I am Malala’, impulsionasse a retificação da primeira lei de direito a educação no Paquistão.

Num trecho do livro, escrito em parceira com a jornalista britânica Christina Lamb, ela diz: “Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”. Malala, no seu tempo e na sua pequenez, fez uma diferença enorme no mundo.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Cinema do Shopping Barra - Grade de Panfletos
Data: 10/02/2015

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