Não foi o caso de O Lado Bom da Vida. Primeiro livro de
Matthew Quick (1976) quando foi lançado em 2008 rejeitei o título por achar que
era mais um exemplar dos livros “modinha” autoajuda, daqueles que nos ensina a
dar bom dia ao mundo gritando alto na janela quando acordamos ou entrar naquela
seara perigosa de achar que tudo tem um lado bom, e que se por acaso você pega
um trânsito caótico e se atrasa para um compromisso é porque seu anjo da guarda
intercedeu porque se estivesse no horário certo algo de muito ruim aconteceria.
O livro é uma grata surpresa para quem gosta das comédias
românticas literárias, ao contrário do filme, apesar do Oscar de Melhor Atriz
para Jennifer Lawrence. Mas tenho de alerta-los de que alguma coisa
interessante só vai acontecer depois da página 100. Antes disso o autor da
várias voltas com a rotina de Pat Peoples, um ex-professor de 34 anos que acaba
de sair de uma instituição psiquiátrica convencido de que passou por lá somente
alguns meses, quando na verdade foram anos. Ele tem um bloqueio sobre o que o
levou até lá e põe como foco principal de sua vida reconquistar Nikki, sua
ex-esposa. Pat é de uma ingenuidade quase infantil, a dificuldade de enfrentar
a realidade o torna um viciado em exercícios físicos e é a partir daí que
conhece Tiffany, cunhada do seu melhor amigo, que também enfrenta problemas
psíquicos com uma forte depressão após perder o marido.
Pat está determinado a reorganizar sua vida porque acredita
que ela é um filme produzido por Deus e que ele será o protagonista de um final
feliz. Durante toda a leitura Pat me ensinou uma coisa muito importante para os
dias de hoje, a pessoa deve educar-se para ‘ser gentil’ ao invés de ‘ter
razão’, testei fazê-lo em algumas situações e tenho percebido como podem ser
simples os atos de gentileza e quantos problemas podem ser evitados ou
minimizados quando você deixa de querer ter razão em tudo.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Lounge da Sala DeLux do Shopping Barra
Data: 20/12/2014