Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
É óbvio que o autor Pasquale Cipro Neto (1954) publicou o
segundo volume em 2001 em função do sucesso alcançado pelo primeiro, publicado
em 1999. No Inculta & Bela a coletânea de textos foi garimpada na coluna
semanal do jornal Folha de São Paulo no período de novembro de 1997 até
dezembro de 1998. Já o Inculta e Bela 2 os textos foram retirados do período de
janeiro a dezembro de 1999. O mote é o mesmo e consiste em exemplificar a forma
correta, ou culta, como preferem alguns, de lidar com a palavra falada ou
escrita sem complicar. O foco é torna-la corriqueira, acessível, sedutora,
compreensível e adaptada ao vocabulário diário das ruas.
Confesso que sempre achei o aprendizado da gramática
muito chato e só comecei a dar o devido valor às sintaxes e aos verbos
irregulares quando me apaixonei pela leitura e, já adolescente, comprava
cartões de Natal nas Edições Paulinas e escrevia mensagens de próprio punho para
a família e os amigos. Era uma saga que começava em meados de novembro e ia até
coloca-los como decoração na árvore.
Neste segundo livro o autor perde um pouco do frescor do
primeiro, mas ainda é muito sábio em solucionar dúvidas constantes e frequentes
em relação à nossa língua portuguesa. E para isso utiliza-se de textos
jornalísticos, letras da MPB, trechos de obras literárias e da publicidade,
esses os mais engraçados e divertidos. Uma boa leitura para quem não gosta de
acompanhar uma história ou enredo por mais de duzentas páginas. Comece a ler
Inculta e Bela e você vai se surpreender, e em vários momentos vai rir de si
mesmo, tenha certeza disso.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Mesa de entrada da doceria Doces Sonhos - Shopping Barra
Data: 14/12/2014
Flor do Lácio-Sambódromo, lusa América Latina em pó. O que quer, o que pode essa língua?
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