domingo, 12 de outubro de 2014

INCULTA & BELA


Quando morava em São Paulo eu era assinante do jornal Folha de São Paulo, a escolha não se deu ao acaso, assinei um jornal diferente a cada três meses e depois disso me decidi pela Folha. Na época embasei minha decisão em alguns motivos: a Revista da Folha que trazia às sextas feiras todos os eventos culturais que aconteceriam na semana, matérias grandes e consistentes sobre cultura em especial o teatro e a literatura, os colunistas Danuza Leão, Érica Palomino, Zé Simão, Barbara Gancia, Pasquale Cipro Neto, só para citar alguns, e a coluna do ombudsman aos domingos, um profissional contratado para criticar o próprio jornal.

Depois descobri que o grupo Folha também tinha uma editora, a Publifolha, e de lá vieram alguns livros bem bacanas que li nos últimos tempos. Um deles é o livro título deste post, Inculta & Bela, uma coletânea de 61 textos que foram publicados na coluna do Pasquale Cipro Neto (1954) que eu lia avidamente a cada semana. A compra do livro me deu a oportunidade de reler e reaprender de maneira muito divertida algumas ‘pegadinhas’ da nossa língua portuguesa.

Em tempos de predominância absoluta das redes sociais, postar fotos e escrever comentários, julgamentos, opiniões, tornou-se mais essencial ao ser humano nesse início de século que o fato de beber água. No blog do Roberto Camargo há um post intitulado “A Vírgula e a Crase”, publicado no dia 5 de agosto de 2014, ele faz um desabafo sobre o uso da correta pontuação. Nas redes sociais há textos escabrosos e volta e meia quando estou lendo o jornal Correio da Bahia, que assino aqui em Salvador, me deparo com absurdos erros de acentuação e escrita. Sou um velho e tenho pequenas paralisias faciais quando isso acontece e sempre me pergunto se eles não têm corretores ortográficos na redação, ou profissionais de revisão.

Inculta & Bela pode ser lido em qualquer ordem e lá aprendi que não se coloca algo ou alguém em ‘cheque’, e sim ‘em xeque’, que você pode passar despercebido ou desapercebido, tanto faz, e que o correto superlativo de magro é macérrimo e não magérrimo, difícil vai ser falar isso numa mesa de bar.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Praça de alimentação Shopping Barra
Data: 14/12/2014

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