Preso duas vezes acusado de atitude subversiva pelos órgãos
de repressão, em 1971 decidiu ir morar em Nova York passando a atuar como
correspondente para O Pasquim, Tribuna da Imprensa, revista Status e jornal
Folha de São Paulo. Na TV, em 1997, quando fez parte do programa Manhattan Connection
transmitido pelo canal GNT, foi processado após a declaração de que a Petrobrás
deveria ser privatizada porque seus diretores possuíam milhões de dólares em
contas na Suíça.
Amargou fracassos na literatura, desde o livro de memórias
intitulado O Afeto Que Se Encerra até Filhas do Segundo Sexo. E eu, na minha
mais humilde opinião, acredito que esse fracasso deveu-se principalmente à
personalidade do autor do que a obra em si. Achei o livro muito divertido, são
duas histórias distintas: “Mimi vai à guerra” e “Clara, Clarimunda”, em ambas
há a tentativa de colocar em discussão a emancipação da mulher de classe média
brasileira entre 1959 e 1969, rechaçando a lama da elite através de uma crônica
sem muitos formalismos, mas de excelente humor, quase beirando o inusitado.
Frases como: “O que
mamãe explicava que Mimi entregaria a Gil na noite do casamento, Mimi entregara
anos atrás e nem lembrava a quem...”, ou “Clara ficou de pé. Não tinha remorsos, tinha carências...” mostram
que não há heróis nos seus escritos, a lucidez gerada pelas experiências
dolorosas não deixa nenhuma das duas assumir o papel de vítima.
Citando uma frase muito emblemática da época, Paulo Francis era
“Ame-o ou Deixe-o”.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Sofá em frente a loja Fototica - Shopping Barra
Data: 12/10/2014
Oi Odilon. Gosto muito da maneira q vc apresenta os livros. E os livros que apresenta. De uma forma única, vc me deixa com vontade de ler livros que fogem dos holofotes literários. Gosto muito disso. Parabéns
ResponderExcluirAbraços
http://profissao-escritor.blogspot.com.br/
Gih,
ResponderExcluirObrigado pelas lindas palavras, acredito que livros são eternos e a leitura é atemporal. Outro dia li no seu blog um post sobre nomes de personagens, achei o tema e a abordagem muito interessantes. Parabéns. Fico grato pela visita ao blog.
Eu tenho a mesma opinião. Paulo Francis escritor foi vítima do Paulo Francis polemista. Todo mundo caiu de pau ou desprezou sua ficção por causa de sua "prepotência" ou seja lá que expressão possa ser usada... Vc foi no alvo...
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