domingo, 4 de maio de 2014

A INCRÍVEL E TRISTE HISTÓRIA DE CÂNDIDA ERÉNDIRA E SUA AVÓ DESALMADA


Amargamos recentemente a morte de um grande autor, Gabriel Garcia Márquez (1927-2014) nos deixou dia 17 de abril. As TVs fizeram suas homenagens mostrando clipes de suas fotos e trechos de suas entrevistas, as Academias de Letras fizeram chás e discursos enaltecendo sua obra, nas redes sociais pipocaram fotos e legendas sobre sua morte, embora muitos daqueles que publicaram trechos de livros em seus perfis eu tenho certeza que jamais leram uma linha sequer do autor e só o fizeram para manter-se “na moda” do politicamente correto e culto.

Eu me emocionei com a sua partida, recluso desde 2009 quando anunciou uma pretensa aposentadoria e não publicou mais nenhum original, é, para mim, muito difícil saber que essa fonte de sabedoria se esgotou para sempre. Nossa sorte é que existe um legado para ser desfrutado a qualquer tempo porque sua obra é atemporal.  Já escrevi sobre ele em diversos posts: Crônica de uma morte anunciada (Ago/2010), Cem anos de solidão (Abr/2013), O amor nos tempos do cólera (Jun/2013) e Memória de minhas putas tristes (Jul/2013). Hoje, mais do que nunca, alimento a esperança para aqueles que acharam os livros que tenham-se apaixonado pelo Gabriel e continuaram a ler outros de seus escritos.

A Incrível e Triste História de Cândia Eréndira e sua Avó Desalmada faz parte do seu acervo de contos que nesse livro em particular ganhou status de titular. Ao todo são sete contos fantásticos que o Gabriel mistura acontecimentos surreais a detalhes do cotidiano, em especial os pescadores. Histórias como “O afogado mais bonito do mundo” e “O anjo idoso” revelam o melhor do seu talento como criador de tipos em meio à surrealidade dos fatos.

Eréndira foi originalmente escrita como roteiro cinematográfico, posteriormente à sua publicação como conto foi readaptada para o cinema em 1983 numa coprodução entre México, Alemanha e Portugal e dirigida pelo cineasta Ruy Guerra. Tornou-se um cult film pelo desempenho incomparável de Irene Papas no papel da avó, e a jovem Eréndira foi interpretada por uma atriz brasileira que mostrou todo seu talento, beleza e sensualidade, a até então quase desconhecida Claudia Ohana.

Rezo uma oração em memória de Gabriel Garcia Márquez e peço a Deus que sua genial obra nunca seja esquecida.

Cidade do abandono: São Paulo/SP
Local: Av. Paulista - Muro do Parque Trianon
Data: 30/06/2014

Um comentário:

  1. Não me esqueço de Claudia Ohana como Erendira. E do quanto me marcou a leitura de O Amor nos Tempos do Cólera.

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