Eu me emocionei com a sua partida, recluso desde 2009 quando
anunciou uma pretensa aposentadoria e não publicou mais nenhum original, é,
para mim, muito difícil saber que essa fonte de sabedoria se esgotou para
sempre. Nossa sorte é que existe um legado para ser desfrutado a qualquer tempo
porque sua obra é atemporal. Já escrevi
sobre ele em diversos posts: Crônica de uma morte anunciada (Ago/2010), Cem
anos de solidão (Abr/2013), O amor nos tempos do cólera (Jun/2013) e Memória de
minhas putas tristes (Jul/2013). Hoje, mais do que nunca, alimento a esperança para
aqueles que acharam os livros que tenham-se apaixonado pelo Gabriel e continuaram a
ler outros de seus escritos.
A Incrível e Triste História de Cândia Eréndira e sua Avó Desalmada
faz parte do seu acervo de contos que nesse livro em particular ganhou status
de titular. Ao todo são sete contos fantásticos que o Gabriel mistura
acontecimentos surreais a detalhes do cotidiano, em especial os pescadores.
Histórias como “O afogado mais bonito do mundo” e “O anjo idoso” revelam o
melhor do seu talento como criador de tipos em meio à surrealidade dos fatos.
Eréndira foi originalmente escrita como roteiro
cinematográfico, posteriormente à sua publicação como conto foi readaptada
para o cinema em 1983 numa coprodução entre México, Alemanha e Portugal e
dirigida pelo cineasta Ruy Guerra. Tornou-se um cult film pelo desempenho
incomparável de Irene Papas no papel da avó, e a jovem Eréndira foi
interpretada por uma atriz brasileira que mostrou todo seu talento, beleza e
sensualidade, a até então quase desconhecida Claudia Ohana.
Rezo uma oração em memória de Gabriel Garcia Márquez e peço
a Deus que sua genial obra nunca seja esquecida.
Cidade do abandono: S ão Paulo/SP
Local: Av. Paulista - Muro do Parque Trianon
Data: 30/06/2014
Não me esqueço de Claudia Ohana como Erendira. E do quanto me marcou a leitura de O Amor nos Tempos do Cólera.
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