Num desses momentos de devaneio lembrei o show Essa Mulher que assisti no Teatro Castro Alves, e não por acaso a música que tocava no laptop era a mesma, na voz inesquecível de Elis Regina. Lembrei imediatamente do vestido, da orquídea no cabelo, da luz, e do silêncio da platéia, lembrei exatamente da sensação da época; a de que Elis cantava só para mim.
Parei o que estava fazendo e fui pegar o livro Furacão Elis.
Publicado em 1985, pouco mais de três anos após a morte da cantora, pela
jornalista Regina Echeverria (1951) o livro é quase uma reportagem, um quebra
cabeça escrito em doze capítulos que recontam a infância e adolescência em
Porto Alegre, os caminhos para chegar ao sucesso como cantora e a sua morte em
São Paulo, com base em depoimentos de familiares e amigos e também de
entrevistas e matérias publicadas sobre Elis. Não é um livro somente para fãs
da cantora, é uma obra de revelações que serve para entender, ou tentar
entender, a personalidade forte e o tino musical de uma pessoa tão complexa que
viveu apenas por trinta e seis anos.
Na edição que pretendo abandonar há um capítulo especial com
a cronologia da vida de Elis, e outro com a discografia, que não é completa,
mas já é suficiente para se ter uma dimensão da sua obra. Aproveite o link abaixo e escute
Essa Mulher na voz de Elis, música composta por Joyce e Ana Terra com arranjo
de Cesar Camargo Mariano, e veja nas entrelinhas da letra um pouco da mulher
Elis Regina Carvalho Costa.
Cidade do abandono: Rio de Janeiro/RJ
Local: Restaurante Filet e Folhas - Rua do Rosário
Data: 23/10/2013
Ai, que saudade! Assisti ao show Essa Mulher em Porto Alegre, no extinto Teatro Leopoldina...
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