Não menos importante, já que Memórias de Adriano faz parte
da lista de livros que irei recomendar incansavelmente a leitura mas nunca
conseguirei abandonar o meu exemplar velhinho e cheio de anotações, A Obra em
Negro é um livro importantíssimo para aquelas pessoas que gostam de histórias
sobre jornadas que modificam uma vida. Muito antes do fenômeno Paulo Coelho e
da febre dos livros de autoajuda, Marguerite nos brindou com a história de
Zênon.
Alquimista, médico e filósofo, Zênon está em busca da Grande
Obra, aquela que todos chamam de ‘Pedra Filosofal’, para quem não conhece a
história ela seria, segundo os alquimistas, a pedra que teria o poder de
transformar qualquer metal em ouro. Longe de parecer apenas uma caça ao
tesouro, a investigação alquímica empreendida por Zênon confunde-se com a
obscura busca de si mesmo em meio a guerras, pestes, heresias e execuções ocorridas
durante um período particularmente conturbado da história europeia do século
XVI.
Diz a lenda que Marguerite Yourcenar, numa carta endereçada
ao seu editor Gaston Gillimard em 1968 confessava-se apreensiva: “Pensei
escrever as Memórias de Adriano para dez pessoas, e enganei-me. Creio neste
momento terminar A Obra ao Negro para dez pessoas e é muito possível que não me
engane.” Ela mais uma vez voltou a enganar-se, em apenas dois meses o novo
livro esgotou duas edições vendendo mais de quarenta mil exemplares.
Cidade do abandono: Rio de Janeiro/RJ
Local: Hotel Guanabara - Gaveta da Cômoda - Apto: 1828
Data: 23/10/2013
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