Quando a editora Casa da Palavra finalmente lançou em 2011 ‘O
Livro do Boni’, e essa notável figura chamada José Bonifácio de Oliveira
Sobrinho (1935) percorreu todos os programas televisivos de entrevistas, falou
com jornais de todo o Brasil, viajou por muitas capitais para tardes/noites de
autógrafos e o livro sumiu das livrarias em virtude da grande procura, eu fiz
cara feia e até achei, na minha total ignorância, que não valia apena tanto estardalhaço.
Entretanto, por uma feliz intervenção do destino, acabei por
ganhar de presente um exemplar no Natal daquele mesmo ano. Tenho um pacto com
minha tia Liane, que é também minha madrinha de batismo e emprestadora oficial
de livros desde priscas eras, de só presentear livros um ao outro seja no aniversário,
Natal ou a qualquer tempo por um simples gesto de carinho. Numa das muitas
viagens que fiz esse ano levei o livro comigo por dois motivos: primeiro porque
era grosso e eu morro de medo de terminar um livro em pleno voou, e segundo
porque os capítulos são curtos e eu gosto de obedecer ao critério do autor e não
faço paradas abruptas na leitura de um capítulo.
A essa altura eu já tinha vencido o mau humor inicial do excesso
de mídia sobre a obra e pude, sem preconceitos, deliciar-me com uma história
real contada com muito humor, sobre uma personalidade tão rica, profissional e
inteligente. O menino precoce que se apaixonou pelo rádio, descobre seu dom
para a publicidade e esta o leva naturalmente para a televisão numa época em
que tudo era novo e experimental, nada mais desafiador para a personalidade do
biografado.
Com o passar das páginas percebi que o Boni fez parte da
minha vida, e de maneira muito significativa para o bom e para o discernimento
de dizer “não gostei”. Chacrinha, Dercy, Janete Clair, os festivais da canção,
Regina e Couco, Tarcísio e Glória, Chico Anysio, Jô Soares, as novelas, as
minisséries, Glória Pires, Fagundes, Tony, Malu, o plim plim e até a Globeleza.
Pode chutar o balde quem não passou por isso...
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Perini Barra
Data: 13/02/2013
A fila para o lançamento aqui em SP serpenteava por todo o Conjunto Nacional e saía dando a volta na quadra até a Paulista! Fiquei curioso...
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