quinta-feira, 3 de junho de 2010

O DIÁRIO DE UM MAGO


Paulo Coelho é hoje um dos escritores mais lidos no mundo, dizem que um livro seu é vendido a cada duas horas em todo o planeta, será? Balelas à parte, porque a afirmação acima me parece mais release de editora querendo faturar do que informação confirmada, ele carrega uma polêmica desde que se tornou famoso, e muito rico, Paulo Coelho é amo-o ou odeio-o. O interessante é que as pessoas que o amam e lêem todos os seus livros não conseguem justificar esse amor de uma forma consistente, e o mesmo acontece com quem o odeia, já conversei com pessoas que o detestam sem nunca ter lido um só livro de sua autoria. Seria rancor porque ele é um escritor bem sucedido, ou porque escreve sobre magias, bruxarias, demônios, assuntos polêmicos para uma mesa de bar ou um almoço entre amigos.
Mas o fato é que, na minha modestíssima opinião, O Diário de um Mago é um livro interessante, quando o li, e isso foi no início de 1990, Paulo Coelho não era a pessoa pública que é hoje, não tinha entrado para a Academia Brasileira de Letras e também não tinha mostrado sua cara na revista Caras, era apenas um escritor que relatava uma experiência pessoal, cujos embates entre sagrado e profano, magia e realidade, deixavam no leitor uma herança de acontecimentos fantásticos e uma curiosidade sobre o tal caminho. Depois que o livro virou uma febre e o caminho um lugar turístico, onde as pessoas buscam uma “revelação”, conheci muitas que foram fazer a tal caminhada. A mais divulgada na mídia foi a Baby Consuelo, atual Baby do Brasil, que em entrevista jurou ter sido amparada pela atriz Shirley MacLaine com um spray mágico para curar os calos nos pés. Também tenho uma amiga chamada Maria, não vou colocar o sobrenome aqui mas quando ler esse post ela saberá que é ela, que fez o caminho, ou parte dele, e disse para mim que adorou tudo, mas que voltando a Madrid procurou logo um cabeleireiro para se tornar gente outra vez.
Tirei do livro um trecho para encerrar o post, está na página 154 da edição que vou abandonar, que diz: “Da mesma forma, um discípulo nunca pode imitar os passos do seu guia. Porque cada um tem uma maneira de ver a vida, de conviver com as dificuldades e com as conquistas. Ensinar é mostrar que é possível. Aprender é tornar possível para si mesmo.”
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Sala de Arte - Cinema do Museu
Data: 06/06/2010

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