domingo, 1 de maio de 2016

DE VOLTA À CABANA


Reza a lenda que William P. Young escreveu o livro A Cabana para exorcizar dores vividas na infância. Fez quinze cópias e presenteou amigos no Natal de 2005, mais de dez anos depois quase quinze milhões de cópias foram feitas, vendidas, e o livro tornou-se um best seller. Diante de tamanho sucesso é óbvio que outros livros surgiriam no rastro assim como aconteceu com o bruxo Harry Potter, os vampiros da saga Crepúsculo e as versões inspiradas no sucesso de Cinquenta Tons de Cinza, três exemplos aleatórios.

Apesar de ter lançado outros livros William não alcançou o mesmo patamar em vendas do primeiro, como aconteceu com Paulo Coelho depois do estrondoso sucesso de Diário de um Mago. Mas isso não impediu que outros autores lançassem suas versões da obra, assim como ocorreu com Dan Brow e seu livro O Código Da Vinci, cuja obra foi esmiuçada em diversos outros livros. Nesse contexto A Cabana não passaria incólume. E não estou desmerecendo quem o faz, ou já fez, lançar livros que comentam uma obra rende algum dinheiro e, dependendo da forma como se faz, também rende algum prestígio.

De Volta à Cabana é um exemplo de livro que comenta outro livro, e esse tem o respaldo do autor do primeiro, William P. Young escreve o prefácio recomendando a leitura da obra escrita pelo teólogo C. Baxter Kruger. O livro tem a função de esmiuçar de forma mais acadêmica os fatos relatados pelo personagem Mackenzie, seu caminho para o perdão, a reconciliação com o ‘Divino’ e consigo mesmo. Cabe ressaltar que se você não leu A Cabana será complicado acompanhar algumas passagens e referências do livro comentado.

Não sou um cético, mas também não sou daqueles que se deixa levar pelas primeiras palavras bonitas que ouve. Me emocionei lendo A Cabana e acredito que isso me levou a ler esse livro. O autor até tenta aprofundar o recurso da Santíssima Trindade usado no livro original, mas se você está buscando respostas, esqueça, este livro também não responderá as perguntas deixadas em A Cabana. É muito filosófico ficar discutindo o comportamento do ser humano face às dores e tragédias da vida e sua capacidade de regeneração diante das desilusões. Essas respostas surgirão de diferentes formas e o impacto individual vai depender do momento de vida de quem o lê.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Temaqueria - Restaurante Shiro
Data: 28/05/2016

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