Comprei o livro meses depois numa liquidação e foi uma
grande surpresa face aos comentários pouco elogiosos que ouvi sobre o filme, e que,
acreditem, ainda não assisti. Gosto de me render a boas histórias e a autora
Gillian Flynn (1971) faz do seu livro um best
seller daqueles que você esquece de comer, dormir, e leva o livro até para
o chuveiro. A história de Amy e Nick narrada ora por um e ora por outro, em
capítulos alternados, conseguiu a proeza de me prender desde o início, a partir
da página cinquenta eu já estava entregue e à medida que lia me envolvia mais e
mais.
Amy é a garota exemplar, foi feita de objeto pelos pais
psicólogos que publicaram livros contanto sua vida e expuseram sua infância e
adolescência para uma multidão de aficionados que compravam os livros da série.
Amy cresceu e o público perdeu o interesse pelos livros que seus pais
escreviam. Nick nasceu minutos antes de sua irmã gêmea Margo e foi mimado,
paparicado e embalado pela sua família. Amy e Nick se conhecem, casam-se e
vivem suas vidas até que a recessão lhes tira o emprego e a mãe de Nick é
diagnosticada com câncer. Nick usa essa desculpa como mote para sair de Nova
York e voltar a morar em North Carthage, Missouri, sua cidade natal, o
casamento estava desintegrando. No dia do aniversário de cinco anos de casados,
bodas de madeira, Amy desaparece e várias evidências apontam Nick como culpado.
Mas será que ele assassinou Amy, a garota exemplar? O pior é que ele é um
babaca, mente para a polícia, esconde fatos, e só ajuda a incriminar-se ainda
mais.
Mas engana-se o leitor que pensar tratar-se de mais um
livro de crime e castigo, é muito mais que isso, Amy e Nick são duas mentes
doentes em diferentes níveis, precisam um do outro para sentirem-se motivados e
atormentados, cada um cumprindo seu papel na frente das câmeras de TV. Por
diversas vezes parei de ler completamente estupefato pelo que se revelavam os
capítulos. Hoje vivo num mix de emoções: tenho medo da autora, penso nela como
uma desequilibrada mental e acho que seu marido devia repensar a relação, mas
também estou ansioso para ler seu próximo livro. No fim das contas talvez o
louco aqui seja eu.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Ponto de ônibus em frente à Sala de Arte - Cinema da Ufba
Data: 26/03/2016
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