domingo, 5 de abril de 2015

CABEÇA DE HOMEM


Quando vi na vitrine da livraria o livro do cantor/compositor/ator Leo Jaime (1960) eu pensei; mais um famoso se aventurando em águas editoriais para ganhar um trocado. Como sou curioso, lá fui eu folhear o livro e quando dei por mim já tinha lido a primeira crônica e estava com um volume nas mãos da fila do caixa. Curiosidade às vezes mata o gato, traz boas surpresas, ou não serve para nada. Nesse caso fico com a opção C.

Eu gosto do estilo Leo Jaime de ser, meio desencanado, frasista. Gosto da sua participação do programa Amor & Sexo, assim como gosto da sua postura no programa Saia Justa, junto com o jornalista Xico Sá, é um defensor e adorador do sexo feminino. É engraçado em vários momentos e analítico em outros. Talvez pelo sucesso do programa no canal GNT, ou por fazer parte do engraçadíssimo Amor & Sexo entretendo a plateia com as canções de acordo com o tema embora sem emitir muitas opiniões sobre eles, alguém tenha lhe soprado ao ouvido que poderia escrever sobre os relacionamentos homem X mulher.

Acredito que Leo Jaime seja um piadista, devido aos vários relacionamentos que teve na vida consegue tirar certo humor das situações do cotidiano dos casais, por vezes suas observações são bem pertinentes embora haja uma tendência meio óbvia para o endeusamento do sexo feminino tratando o homem como um ogro impondo um conceito de masculinidade quase universal. Todo homem tem que saber consertar um eletrodoméstico, tem que matar a barata e não suporta discutir a relação. Nesse contexto cabe às mulheres o papel de querer ser Gisele Bündchen a qualquer preço, estarem sempre querendo transformar o ogro em príncipe ou dizer as duas palavras mais temidas de um relacionamento: “precisamos conversar”.

É um livro rápido de ler exatamente porque há humor, uma despretensão meio Leo Jaime de ser, mas no meu caso eu passava de capítulo em capítulo procurando uma novidade, uma questão nova ou o ponto G. Na última página fiquei com uma sensação estranha, não de tempo perdido porque consegui dar umas risadas, mas porque é mais do mesmo. Não vou achar nem um pouco estranho se o livro for adaptado para o teatro e acabar com dois atores de Malhação viajando o Brasil inteiro em mais uma peça de casal.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Cantina Volpi - Ondina
Data: 07/06/2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário