Um caso clássico de renegação total foi Cinquenta Tons de
Cinza da escritora E. L. James (1963), virou um best seller midiático muito rápido apesar da publicação fragmentada
em três livros ao invés de um só. Um ano e meio se passou desde o lançamento e
eu ouvindo todos os tipos de suspiros femininos, e masculinos, enquanto devoravam
a linhas escritas pela autora. Ele lindo, Ela linda, Ele riquíssimo, Ela
virgem, Ele não gosta do sexo “baunilha”, Ela reluta, mas no fundo gosta das
brincadeirinhas sexuais fora do padrão, Ele a apresenta ao mundo, Ela o envolve
querendo amor, Ele não é do tipo que vai mudar facilmente, afinal tem um
passado obscuro, e Ela, como toda mulher, tem certeza de que vai modificar o
homem pelo qual se apaixonou. É claro que esse mix nos abocanha e faz aflorar
todo o romantismo que escondemos até de nós mesmos.
Mas não esqueçamos que trata-se de uma obra de ficção, e vai
virar filme em breve para deixar nossos hormônios sexuais mais aflorados do que
nunca, e apesar da autora ter uma linguagem fácil, muitas vezes com situações
que de tão irreais mais parecem um capítulo de qualquer novela da Glória Perez,
não posso negar que adorei os e-mails trocados entre Anastacia Steele e
Christian Gray, são espirituosos, engraçados, com um tipo de humor cínico que
muito aprecio e que é difícil conseguir passar para o papel, isso sem falar nas
participações especiais do ‘Inconsciente’ e da ‘Deusa Interior’.
Para a inquisição de plantão, é um belo estudo de como hoje
em dia as pessoas não conseguem falar umas com as outras olho no olho quando o
assunto é sentimento, e, ao escrever um e-mail, torpedo, SMS, a coragem
aparece.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Hotel Catarina Paraguassu - Rio Vermelho
Data: 30/03/2014
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