domingo, 2 de junho de 2013

GIANE – VIDA, ARTE E LUTA

Foi em 2000 quando ouvi falar pela primeira vez de Reynaldo Gianecchini, entrava no ar a novela Laços de Família na Rede Globo e o modelo/ator ficaria conhecido nacionalmente. Foi o par romântico de Helena, vivida por Vera Fischer, e mais tarde se envolveria com a filha dela, Camila, interpretada pela Carolina Dieckmann. O então jovem modelo/ator foi imediatamente comparado ao Ricardo Macchi, o eterno Cigano Igor, criticado, fuzilado, serviu de chacota para todos os programas humorísticos da época, mas também foi amado e idolatrado por muitas fãs. Da novela restou a lembrança de Deborah Seco como a garota maluquinha Íris e a famosa cena da personagem Camila raspando a cabeça.

Foi em 2004 quando ouvi falar pela primeira vez do Guilherme Fiuza (1965) ao ler uma biografia intitulada Meu Nome Não é Johnny, que acabou transformada em filme nas mãos do Mauro Lima. Gostei muito do livro, Fiuza tem um estilo rápido e novelesco de contar a história do playboyzinho João Guilherme Estrella que só sabia curtir a vida e acabou preso por tráfico de drogas.

Foi em 2005 que Reynaldo Gianecchini obteve sua redenção artística encarnando o mecânico Paschoal na novela Belíssima. Vivendo um personagem tosco e grosseiro formou par romântico com a personagem Safira, interpretada pela Claudia Raia. As cenas fogosas e hilárias dos personagens conquistaram público e crítica, que finalmente se rendeu ao rostinho bonito que a Globo tanto apostou.

Foi em 2010 que comprei mais um livro do Fiuza, Bussunda – A Vida do Casseta. Passei a gostar mais do autor, é um livro definitivo sobre o Bussunda reconstituindo o nascimento do Casseta & Planeta, a fase de escritor do TV Pirata, os tempos de vacas magras e outros de vacas bem gordas. O estilo do Fiuza é incomparável.

Foi em 2011 que assisti à entrevista do Giane para a Patrícia Poeta no Fantástico. De cabeça raspada e visivelmente emocionado relatou que custou a acreditar que tinha câncer. Mas que estava ali para encorajar a todos os que sofriam do mesmo mal. Era o rapaz jovem e bonito mostrando a todos que tinha uma doença grave, que podia morrer e que não é perfeito.

Foi em 2012 que li a biografia Giane – Vida, Arte e Luta. Confesso que, a princípio, comprei o livro somente porque foi o Fiuza quem o escreveu. Achei que a vida o Giane não valia a pena e mordi a língua. Flagrei-me rindo em alguns capítulos e emocionado em outros. O estilo novelesco do Fiuza me conquistou para sempre. Não sei como consegue escrever tendo como companhia a Narcisa Tamborindeguy, deve ser difícil concentrar-se com uma pessoa ao lado gritando “ai que absurdo”, “ai que loucura”, “ai que badalo”... Assim como Reynaldo Gianecchini, Guilherme Fiuza também não é perfeito.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Espaço Itaú de Cinema - Sala: 2 - Praça Castro Alves
Data: 10/07/2013

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