sábado, 10 de março de 2012
ESTAÇÃO CARANDIRU
O livro Estação Carandiru é considerado um best seller, um dos maiores fenômenos editoriais brasileiros, com mais de 460 mil exemplares vendidos e Prêmio Jabuti de 2000 na categoria de Livro do Ano de Não-Ficção. É um relato contado e vivenciado pelo próprio autor, Dr. Drauzio Varella (1943), no maior presídio do Brasil, hoje desativado e parcialmente demolido. Essa convivência com os presidiários e funcionários na Casa de Detenção de São Paulo teve início em 1989 quando foi desenvolvido um trabalho voluntário de saúde e principalmente na prevenção à AIDS que resultou no conteúdo do livro.
Dr. Drauzio nos descreve desde a divisão física da Casa de Detenção até a ‘sociedade carcerária’, suas regras, o dia a dia e os casos contados pelos detentos e funcionários, além de fatos presenciados, e termina com um relato do massacre de 1992, quando foram assassinados cento e onze detentos no "Pavilhão 9". O autor registra que, segundo os presos, foram mais de "...250 mortos, contados os que saíram feridos e nunca retornaram". O mais interessante do livro são os relatos dos presos, impossível ficar imune às histórias de Santão, Maria-Louca, Deusdete e Mané, Neguinho, Veronique e Sem-Chance.
Em 2003, inspirado no livro, Hector Babenco dirigiu o filme Carandiru, é uma produção Brasil/Argentina orçada em doze milhões de reais. As cenas em que o universo das celas é retratado são excelentes, a redenção do preso Peixeira, interpretado pelo ótimo Milhem Cortaz, é única, e o massacre dos presos é de uma veracidade arrepiante. Luiz Carlos Vasconcelos interpretou com brilhantismo de discrição o Dr. Drauzio Varella e Rodrigo Santoro como Lady Di é completamente desnecessário, pode-se notar que o ator está deslocado para o papel, um notório erro de casting para uma infeliz jogada de marketing afim de atrair mídia para o filme, na minha humilde opinião “pagou mico”.
Claro que o livro é melhor.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Iate Clube da Bahia - escada de acesso a piscina
Data: 06/04/2012
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Típico caso de livro excelente que gera filme médio...
ResponderExcluirConcordo plenamente.
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