terça-feira, 30 de agosto de 2011

SODOMA E GOMORRA


Se alguém te pergunta “Você já leu Proust?” você disfarça e muda de assunto, tem uma paralisia facial e acaba no hospital, prova que é um erudito e começa a falar do gênio literário nascido no século 19, ou simplesmente diz “Não li”.
Pois é, a grande maioria da população acha que Marcel Proust (1871-1922) é para poucos, um escritor de livros complicados e muito rebuscados para simples mortais, deixando assim uma obra maravilhosa esquecida, largada nas bibliotecas ou frequentando as estantes dos cenários de novela. Afinal, ter Prost na estante da muita moral.
Mas o que tem essa obra que assusta tanto? Acho que sei, ou melhor, tenho minhas desconfianças. Não é uma obra de leitura fácil, mas também não é ininteligível, é uma escrita rebuscada, mas isso se deve ao aspecto balzaquiano e romanesco e isso é porque foi uma obra trabalhada e retrabalhada. O livro que vou abandonar é o quarto volume da série “Em Busca do Tempo Perdido” que foi publicada entre 1913 e 1927, mesmo depois da morte do autor, foi escrita grande parte durante a Primeira Guerra, com as editoras fechadas, dando a oportunidade para Proust poder aprofundar a estrutura do romance e todas as suas complexidades.
Em relação à temática, o livro traz até nós a profundidade e a sensibilidade de Marcel Proust que, assim como Virginia Wolf e Clarice Lispector, faz do seu romance Sodoma e Gomorra um desbravamento da alma e nós, que nos julgamos tão perfeitos e insubstituíveis, ficamos reduzidos à metade diante de revelações avassaladoras. E como se estivesse a advertir o leitor do que está por vir ele abre o primeiro capítulo do livro com a epígrafe: “Primeira aparição dos homens-mulheres, descendentes daqueles habitantes de Sodoma que foram poupados pelo fogo do Céu.”
Então... Vai aventurar-se?
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Pátio externo do COT - Canela
Data: 27/11/2011

2 comentários:

  1. Boa Noite, deixe-me perguntar , você só faz isso em Salvador, conhece alguém aqui de Curitiba ?
    Amei seu blog e logo vou pegar aluns nomes para ler.

    Grata Luana

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  2. Oi Luana,
    Obrigado por visitar o blog. Moro em Salvador e por isso a grande maioria dos livros são abandonados por aqui. Quando viajo procuro levar livros para abandonar, mas, como já expliquei no post "Um Ano", abandonar livros não é uma tarefa fácil. Infelizmente não tenho amigos em Curitiba, quem sabe um dia visito a cidade e terei a oportunidade de abandonar livros no Teatro Guaíra ou no Jardim Botânico. Abraço.

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