domingo, 11 de setembro de 2011
A FOGUEIRA DAS VAIDADES
Já escrevi aqui algumas vezes que um bom livro pode tornar-se um péssimo filme e vice versa. Definitivamente a primeira opção acima é o caso de A Fogueira das Vaidades, mesmo contando com Tom Hanks, Bruce Willis, Melanie Griffith e o genial Morgan Freeman no elenco, e uma produção caprichada, a direção de Brian De Palma não salvou um roteiro chato. E o que nos restou? A Fogueira das Vaidades recebeu cinco indicações ao Framboesa de Ouro, nas categorias Pior Filme, Pior Diretor, Pior Atriz, Pior Atriz Coadjuvante e, claro, Pior Roteiro.
Tom Wolfe teve a infelicidade de ver seu exelente livro de mais de 600 páginas decupado, cortado, aviltado, e a excelente história narrada de uma forma brilhante foi execrada pela crítica.
Mas do que trata essa obra? Wolfe nos apresenta Sherman McCoy, jovem executivo de 38 anos, morador da ilha de Manhattan, rico, por vezes divertido, que curte a vida, a bela casa, carros de luxo e mulheres. Ao voltar com sua amante do aeroporto ele se perde na auto estrada errando o caminho que o levaria de volta a Manhattan e atropela um jovem negro debaixo de um viaduto no Bronx, a quem precipitadamente julgou ser um assaltante. Flagrado por um reporter, Sherman vê sua vida de yuppie bem sucedido transofrmar-se num jogo de poder, um cabo de força entre a extrema riqueza e a extrema pobreza, margeados por convenções muito particulares de quem se julga superior e acaba tendo sua presunção exposta. A partir daí Sherman McCoy também se transforma em vítima da sua própria presunção, da polícia, da justiça, da politicagem, da mídia, da família, do dinheiro e por aí vai.
O livro é uma corrosiva sátira sobre o poder dos ricos e dos políticos, e como esse poder é utilizado para abafar os podres em suas vidas pessoais, o retrato de uma Nova York dos idos anos 80.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Estacionamento da Associação Atlética da Bahia
Data: 11/12/2011
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Eu sempre acho os livros infinitamente melhores do que suas adaptações para o cinema...
ResponderExcluirBob, concordo plenamente, o livro é para quem degusta, o filme é para quem tem presssa.
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