sábado, 20 de agosto de 2011

CONTOS NOVOS


Quando pensamos em Mário de Andrade (1893-1945) logo nos remetemos à idéia do modernista que fez parte do Grupo dos Cinco: Mário de Andrade, Osvald de Andrade, Menotti Del Picchia, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, que organizaram e participaram da famosa Semana de Arte Moderna de 1922. Ou, para os iniciados em literatura, pensamos também em dois livros ‘Amar, Verbo Intransitivo’ e ‘Macunaíma’, os mais famosos dentre uma obra vasta e muito rica.
Como sempre, na minha modestíssima opinião, acho pouco. Mário foi um poeta, romancista, historiador, crítico de arte, fotógrafo, pianista, professor, musicólogo e pioneiro no campo da etnomusicologia brasileira (segundo o dicionário Houaiss quer dizer “1. Estudo das formas e atividades musicológicas de todas as culturas”). Um trabalhador incansável pela arte, música e cultura no Brasil.
O livro que pretendo abandonar chama-se Contos Novos e foi publicado em 1947, dois anos após o falecimento do autor. Nele vamos achar nove contos do total de doze que o autor pretendia publicar, segundo anotação manuscrita do próprio Mário e transcrita pela Livraria Martins Editora. É uma safra que ele não teve tempo suficiente de maturar e concluir, e trata-se da elaboração de um processo artesanal que compreendia ter várias versões do mesmo texto, alguns revistos e revisados por até dezoito anos, como é o caso de ‘Frederico Paciência’ cuja gestação ocorreu entre 1924 e 1942, também segundo anotações do autor.
Alguns logo dirão, dezoito anos não é muito tempo para um conto com treze páginas? Penso que não, colocando uma lupa no legado de Mário de Andrade nenhum tempo é curto quando se trata da qualidade de uma obra.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Garagem G1 - Salvador Shopping - Entrada escada rolante
Data: 06/11/2011

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