domingo, 17 de abril de 2011
UM ANO
Exatos 17 de abril de 2010 publiquei o primeiro post deste blog.
Um ano depois contabilizo em números 41 resenhas, ou post, para quem prefere uma linguagem de internet, 25 seguidores e mais de 1.000 visitas. Isso sem contar os comentários publicados, os e-mails recebidos, os elogios, e críticas, porque nada é perfeito para todo mundo, feitos pessoalmente por amigos e pessoas que não conhecia, mas que vieram falar comigo quando descobriram que eu era o autor.
Números à parte, ter um blog e eternizá-lo no mundo virtual foi um sonho que acalentei durante um bom tempo, exercitar a escrita e compartilhar experiências é um processo, quase uma terapia de regressão, afinal, lembrar das histórias, buscar dados sobre a obra, o autor, e, principalmente, rememorar fatos e acontecimentos que marcaram minha vida durante a leitura daquele livro comentado, trouxe ótimas lembranças.
Entretanto, na vida sempre há um ‘entretanto’, abandonar livros não é uma tarefa fácil. Das 41 resenhas que escrevi, até hoje abandonei efetivamente 33 livros. Confesso que a timidez me atrapalha, o coração dispara e as mãos tremem no momento crucial de um abandono. Às vezes me sinto um terrorista, um homem bomba prestes a explodir. Tomei quatro cafés e comi cinco pães de queijo até achar um bom momento para abandonar um livro numa loja do Fran’s Café, tomei três sorvetes no McDonald’s até sair sorrateiramente da lanchonete com o coração disparado e logo depois ser interpelado no estacionamento pela solícita garçonete que me trouxe o livro de volta porque ela achou que eu tinha esquecido, rodei quilômetros pela cidade até achar um ponto de ônibus vazio para deixar um livro sobre o banco, andei por quase duas horas dentro Espaço Unibanco de Cinema até perceber o momento exato para deixar o livro em local visível e sair sem ser abordado por uma pessoa que imediatamente te devolve o livro dizendo “Olha! Você deixou na mesa lá dentro”. Bendita cidadania. Isso quando estou sozinho, porque já coloquei pessoas próximas “pagando o mico” comigo, como na vez que minha mãe me ajudou distraindo o garçom enquanto eu deixava o livro numa mesa do restaurante Spaguetti Lilás, e na vez em que minha amiga Isabel Vasques, em São Paulo, foi ameaçada por uma senhora ao abandonar um livro no ônibus e teve que ouvir “Leve seu lixo com você, não deixe aqui para dar trabalho aos outros”.
Entretanto, já disse que na vida sempre há um ‘entretanto’? Continuo sentindo um enorme prazer em ler e agora me aventurando também na escrita, meu amigo Ricardo Linhares disse uma vez que escrever, assim como ler, é ato diário, deve tornar-se hábito para que o façamos bem, e esse hábito eu não quero perder até o fim da vida. Agradeço aqui ao Paulo Ricardo, que esteve ao meu lado quando criei e nomeei o blog, ao Roberto Camargo, pela inspiração de sempre, e a todos os leitores amigos e amigos leitores. Vamos em frente.
Para quem, como eu era, tem vergonha de escrever algo público, pode utilizar-se do e-mail abandonandolivros@gmail.com para mandar uma mensagem, um comentário, uma crítica, um oi, uma cutucada ou uma lufada de vento.
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Parabéns!! Pelo blog em si, pela iniciativa de fazer literatura circular gratuitamente e, sobretudo, pela escrita, que está cada vez melhor! Adorei as histórias dos abandonos! Dariam um ótimo roteiro para um curta...
ResponderExcluirLonga vida ao blog!
Humm... roteiro para um curta.. é para pensar.
ResponderExcluirValeu Roberto, você é uma inspiração.
Parabéns pelo blog, pelas resenhas e pelo exemplo
ResponderExcluirUm abraço
Carlos
Obrigado Carlos, volte sempre.
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