sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A ESTRELA SOBE


Nascido Eddy Dias da Cruz (1907-1973) construiu sua carreira literária com o pseudônimo de Marques Rebelo, e, segundo o próprio, usar pseudônimo não deixaria sofrimentos na família caso fosse perseguido ou preso por causa da campanha que se criou contra os modernistas logo após a fatídica Semana de Arte Moderna em 1922.
Em A Estrela Sobe, o autor demonstra ser um observador atento e apaixonado pela cidade do Rio de Janeiro. Leniza Máier, a personagem central do romance, luta desesperadamente para ser uma cantora de rádio. A partir desse argumento, com dissertações, diálogos (sim, é um livro com diálogos), e notas de rodapé repletas de ironia que muitas vezes revela um pouco de crueldade necessária face ao desejo sem freios de Leniza, tornando-nos quase íntimos, ou porque não dizer cúmplices dela.
Marques Rebelo constrói um painel lírico de um Rio de Janeiro na segunda metade da década de trinta cujos hábitos cortesãos relutam em ceder espaço para a praticidade de uma metrópole que já se dizia ‘moderna’. E é nesse cenário que conheceremos a trajetória da personagem principal, desde a infância até o final que não é um final, como diz o autor; “Não a abandonei, mas, como romancista, perdi-a. Fico, porém, quantas vezes, pensando nessa pobre alma tão fraca e miserável como a minha. Tremo: que será dela, no inevitável balanço da vida, se não descer do céu uma luz que ilumine o outro lado de suas vaidades”.
Em 1974 Bruno Barreto dirigiu Betty Faria no papel de Leniza Máier no filme adaptado do livro. Destaque no prêmio APCA de 1975 de melhor roteiro.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Ponto de Ônibus - Hospital da Bahia
Data: 09/04/2011

2 comentários:

  1. Eddy?? Com esse nome, só usando pseudônimo mesmo...rs.

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  2. Hahaha, tem razão, agora já penso que ele usou o pseudônimo para esconder o nome verdadeiro e não por causa da perseguição aos modernistas.

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