A história escrita por James Clavell (1924-1994) com ares
hollywoodianos, gira em torno do capitão inglês John Blackthorne e sua vida
após o naufrágio do seu navio em águas japonesas nos anos 1600. O início é
muito marcado pelo choque de culturas, era uma época marcada pelas conquistas
dos continentes, comércio e soberania religiosa, tudo isso envolto num Japão
cheio de tradições e respeito à ancestralidade dos seus dogmas e dividido entre
dois daimyos: Ishido e Toranaga, em luta constante pelo poder. John, agora
chamado de Angin (que significa piloto na tradução do cargo que ocupava no
navio) vai modificando seu modo de agir adaptando-se aos costumes japoneses. Num
golpe de sorte consegue ajudar Toranaga a fugir da “obrigação” de cometer
suicídio imposta pelo Conselho de Regentes e é alçado a conselheiro no
intrincado jogo entre daimyos, samurais, jesuítas e comerciantes. Graças a sua
intérprete Mariko, John/Angin vai estabelecendo uma relação de confiança com
Toranaga, ao mesmo tempo em que vê nascer uma paixão proibida por Mariko,
casada com um dos mais cruéis capitães do feudo que acompanha Toranaga.
Seria maravilhoso acompanhar Toranaga na batalha de
Sekigahara, ponto onde o livro termina, e aí já nem importa tanto que destino
John/Anjin e Mariko terão na história. A essa altura do livro você já estará
completamente envolvido com a sociedade japonesa no início da Era Tokugawa que
culmina com a batalha. Para ler sobre ela você terá que embrenhar-se em outra
obra, Musashi, de Eiji Yoshikawa.
Lançado no Brasil pela editora Nordica em 1981, Xógum já
foi adaptado para a TV com Richard Chamberlain no papel de John Blackthorne e
Toshiro Mifune como Toranaga. Também foi transformado em musical para a
Broadway e virou jogo para computador. Uma saga além das fronteiras do papel.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Balaustrada da Praça Castro Alves
Data: 01/08/2015
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