Tenho curiosidade sobre Pier Paolo Pasolini (1922-1975) desde
que li Teorema, obra que também assisti em filme. Posteriormente vi outro filme
dirigido por ele chamado Salò baseado no livro Os 120 dias de Sodoma, escrito
pelo Marquês de Sade, que me deixou abismado, catatônico, e até hoje não sei se
gosto ou não do filme. Mas lembro perfeitamente que uma garota vomitou no
cinema, três filas à frente da minha, durante a famosa cena de coprofagia, não
à toa até hoje o filme causa controversas e é banido em diversos países.
Coube ao Luiz Nazário (1957), doutor em História Social
pela USP e excelente crítico de cinema, contar a história de Pier Paolo
Pasolini, professor, poeta, novelista e cineasta, cuja mente nunca foi muito
fácil de entender. Personalidade controversa e pensador obstinado, ele deixou
um legado de livros, ensaios, filmes e peças de teatro, se a obra é boa ou ruim
caberá a cada um julgar, afinal, estamos vivendo na era dos julgamentos. No
pequeno livro há uma boa cronologia do biografado e uma excelente indicação
bibliográfica para aqueles que querem se aprofundar.
Na pagina 32 encontramos o seguinte texto do Luiz
Nazário:
“Pasolini
considerava a recusa um gesto essencial dos santos, dos eremitas e, também, dos
intelectuais. Os homens pouco numerosos que fizeram história foram os homens
que disseram não. Para funcionar, a recusa deve ser grande e não pequena, total
e não sobre tal ou tal ponto, “absurda” e não de bom senso. Quem recusa engaja
toda a existência: numa palavra, lança seu corpo na luta.”
Agora é hora de pensar...
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Ponto de ônibus em frente ao colégio Módulo
Data: 15/08/2015