Às vezes cai em minhas mãos um livro e só de ler o título,
ver a capa, ler a orelha, me ponho a pensar: Porque fulano escreveu isso? Quem
vai ler essa história? E a resposta vem de imediato: Eu. Se você é um leitor assíduo
do meu blog já deve saber que não tenho preconceitos literários, leio muita
coisa bacana e também cada coisa bizarra, ruim, mas me imponho a ir até o fim
já que me predispus a começar. E já confessei também que tenho preguiça para
livros de autoajuda e aqueles com “receitinhas” para arranjar namorado,
emprego, conquistar o sucesso, etc...
Dito isso quero falar do autor, Fernando Sabino (1923-2004),
cuja obra eu admiro muito e tenho por alguns de seus livros um vínculo
emocional bem forte, como é o caso de Encontro Marcado, O Homem Nu e O Grande
Mentecapto, além de admirar o seu estilo. Como já escrevi aqui no post
intitulado O Gato Sou Eu, de 14/07/2011, Fernando Sabino é um desses autores que lemos sem pressa,
examinando suas palavras e em deleite com a graça e a simplicidade dos seus
textos.
Dito
isso também, lanço a pergunta: Porque Fernando Sabino aceitou escrever esse
livro sobre a Zélia Cardoso de Mello?
Tá certo
que Zélia é uma personagem da história do Brasil... Mas acredito que seja
suficientemente alfabetizada para escrever sua própria biografia se fosse o
caso de querer algo mais sério.
Tá
certo que Zélia foi motivo de ódio e chacota do Brasil inteiro quando confiscou
nosso dinheiro naquele fatídico Plano Collor... E isso, com certeza, despertou
a curiosidade das pessoas sobre quem é e de onde veio.
Tá
certo que Zélia envolveu-se emocionalmente com Chico Anysio, e teve filhos com
ele, um encontro amoroso improvável pela trajetória e estilos de vida de
ambos... Mas aceitar a alcunha de “Cinderela às avessas” imputado no livro já é
querer entrar no rol das piadas prontas.
Então
você, nobre leitor do blog, me faz a seguinte pergunta: Porque você está
escrevendo sobre esse livro?
O
que prontamente respondo: Para que você o leia, perceba a estética literária do
Fernando Sabino mesmo na adversidade, e faça a leitura com humor, com
distanciamento, sem acreditar que tudo é real ou que tudo é romance.
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Ponto de ônibus - Av. Prof. Magalhães Neto - Em frente ao colégio Módulo
Data: 06/07/2013
Rapaz, genial seu blog e sua proposta! Uma pena que, pelo menos na meia dúzia de posts que chequei, as pessoas não participem muito. Te garanto que se algum dia abandonar um livro em Curitiba, irei atrás para ler e escrever aqui sobre o que achei do livro.
ResponderExcluirAbraço
Guilherme,
ExcluirJá estive em Curitiba algumas vezes para ministrar treinamentos e gosto muito da cidade, acho-a encantadora. Na época ainda não escrevia o blog, por isso não tive a oportunidade de abandonar livros por aí.
Obrigado por visitar o blog e postar seu comentário.
Forte abraço,
Descobri seu Blog por acaso, pesquisando sobre este livro para escrever um artigo sobre a política dos nos 90 comparando com o momento atual. Gostei da sua forma de expor sua opnião
ResponderExcluirDarcy, obrigado pelas suas palavras.
ExcluirMuito boa a idéia por trás do seu bloco. Só peço que permita que eu guarde um ou outro livro,que tenha criado um forte laço emocional, os outros prometo abandonar em mãos de outros leitores.
ResponderExcluirMuito bom seu blogs.
Meu Deus.
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