sábado, 17 de novembro de 2012

É TUDO TÃO SIMPLES


Em 1992 quando Danuza Leão (1933) publicou uma coletânea de textos intitulado Na Sala com Danuza, sobre a reinvenção das regras de etiqueta, descobrimos uma nova faceta da consultora para personagens ricos nas novelas da Globo. Ela nos presenteava com um lado prático das arcaicas regras de etiqueta. Mais tarde, em 2005, Danuza publica uma obra prima intitulada Quase Tudo e nele encontramos outra Danuza, uma mulher completamente diferente daquela que conhecíamos das colunas sociais, festas e badalações.

De lá pra cá muita coisa se passou, Danuza virou escritora de sucesso com livros sobre maneirismos e experiências em viagens pelo mundo afora. Gosto muito da maioria dos seus livros e principalmente da sua coluna no jornal. Acho sua visão muito providencial e compartilho com algumas de suas ideias.

O livro que pretendo abandonar foi lançado em 2011 e chama-se É Tudo Tão Simples. Na minha mais humilde opinião acho que Danuza já escreveu coisas melhores. Esse, me parece, é mais uma coletânea de coisas já escritas e foi publicado por pressão da editora. Tem coisas engraçadas, capítulos divertidos, coisas para pensar e coisas para deletar. Há momentos em que a acho bem louca com pitadas de alguma sanidade, afinal o ‘simples’ da autora nem de longe se pode considerar como ‘simples’ para os demais mortais. São lojinhas em Paris, em Londres, lugarzinhos em Paris e restaurantes em Paris. Não desmerecendo a cidade luz, mas achei tudo com certo ar de exagero. Ela nos informa que simplificou a vida ao vender o carro, a prataria, mudando para um apartamento menor, mas nem pensar em abdicar de pequenos luxos como ter uma banheira, algumas latinhas de caviar e das viagens na primeira classe, sempre determinando um certo desconforto pelos lugares turísticos do mundo e às pessoas em geral. É muito engraçada a dúvida da autora em doar ou não roupas velhas, será um pecado doar aquela camisa Saint Laurent que você não usa há anos para a faxineira? Olha que problema!

Pode-se e deve-se ler este livro com humor, afinal regras de comportamento devem ser encaradas sempre com bom humor, sabendo o que deve aproveitar para si e que é delírio da autora. Eu acho puro entretenimento.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Cantina Volpi - Ondina
Data: 06/01/2013

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