sábado, 21 de julho de 2012

VALE TUDO - TIM MAIA


“Sou preto, gordo e cafajeste, formado em cornologia, sofências e deficiências capilares.” Assim se autodefinia Tim Maia (1942-1998) e quem nos conta isso é Nelson Motta (1944), a partir de uma imensa pesquisa e de uma intensa convivência, uma história de som, fúria, muita fúria, amores, chifres, brigas, muitas brigas, drogas, bebidas, shows maravilhosos, muitos shows maravilhosos, vários não realizados, amigos, dinheiro e gargalhadas, muitas gargalhadas.

Uma biografia deliciosa de ler, pontuada em ordem cronológica desde o nascimento e também através do peso adquirido pelo artista ao longo da sua existência. É muito interessante a forma com que o Nelson Motta nos conduz ao mundo de Tim Maia, desde a infância, a vida com os pais, a ida aos Estados Unidos que seria um marco para o seu som, a volta ao Brasil, os programas da Jovem Guarda, o sucesso, a independência financeira, a independência das gravadoras, a preocupação com a administração do dinheiro, as festas regadas a mulheres, bebidas e drogas, muitas drogas.

Era incrível a capacidade do Tim de se autodestruir, alias, acho que isso é o mal dos gênios, ou daquelas pessoas especiais em suas áreas de atuação. Será que a vida breve faz com que esses ídolos/ícones sejam cultuados para sempre? Impossível que várias gerações não estejam marcadas de alguma forma com a música do Tim, sua voz potente e seu fabuloso sentido rítmico. A minha teve o privilégio de ter sido embalada por grandes sucessos e eu particularmente tive a oportunidade de assistir ao Tim em algumas fases, aqui em Salvador no antigo Troféu Caymmi e em São Paulo em vários momentos. Azul da Cor do Mar, Sossego, Chocolate, Gostava Tanto de Você, Primavera, Você, Não Quero Dinheiro, Me Dê Motivo, O Descobridor dos Sete Mares, Vou Pedir Pra Você Voltar, Não Vou Ficar, Do Leme ao Pontal, W Brasil, me fizeram dançar, cantar e ser feliz, muito feliz.

“Mais grave! Mais agudo! Mais eco! Mais retorno! Mais tudo!”
Tim Maia

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: MAM - Museu de Arte Moderna
Data: 29/09/2012

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