terça-feira, 3 de julho de 2012
SÓ AS MÃES SÃO FELIZES
Hoje começo uma nova série de livros que pretendo abandonar e que será sobre biografias. Confesso que estou empolgado porque gosto imensamente de biografias, sejam elas autorizadas ou não e principalmente quando o biografado tem, ou teve, uma vida rica, não exatamente de dinheiro, mas de valores e experiências.
Para começar com todo gás vou me desfazer de um livro importantíssimo na minha vida: ‘Só as Mães são Felizes’. Em um depoimento dado à escritora/jornalista Regina Echeverria num tom quase confessional, Lucinha Araujo, mãe do Cazuza, relata fatos da vida de seu único filho morto em 1990 em consequência da AIDS.
Todo mundo conhece o Cazuza e já sabe que ele está morto, mas, ao ler o primeiro capítulo cujo título é “O Inevitável” é impossível não se emocionar. Como mãe, Lucinha consegue chegar aos nossos corações de forma ímpar. É o relato de uma mãe que conta como foram os últimos momentos do filho, contrariando a ordem natural das coisas, os mais novos enterram os mais velhos e a vida segue o curso.
Aqui confesso que demorei para conseguir ler esse livro. Primeiro por ser sobre o Cazuza, que tive a oportunidade de assistir em vários dos seus shows, tanto no Barão Vermelho quanto em carreira solo e nunca vou me esquecer da última vez que o vi cantando, já bem debilitado pela doença que o corroia. Segundo porque suas músicas embalaram importantes momentos da minha vida e isso não muda com a sua morte. Depois de ler três vezes o primeiro capítulo e não conseguir continuar a leitura do livro tamanha a emoção, na quarta vez que tentei fui direto para o segundo capítulo e só quando acabei voltei a ler o primeiro capítulo novamente. E mesmo agora, escrevendo esse post, estou emocionado só de lembrar.
Tem gente que vive 100 anos e tem uma existência morna, Cazuza viveu 32 em quase total ebulição, isso me fascina. Lendo essa visão maternal da sua existência consigo imaginar que nada acontece por acaso. O talento é nato e isso ninguém tira de você.
“Homem que é homem volta atrás, mas não se arrepende de nada.”
Cazuza
Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Espaço Itau de Cinema
Data: 09/09/2012
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Odilon, realmente um relato emocionante de uma mãe que fez tudo pela vida de um filho amado e para nós que acompanhamos tudo que aconteceu na vida e na carreira de Cazuza, até sua morte... Tão pouco tempo separando uma possibilidade de vida real para esta pessoa que realmente foi homem de não se arrepender de nada.
ResponderExcluirMarcos,
ExcluirConcordo plenamente. Obrigado por visitar o blog.
Lembrar Cazuza me emociona sempre...Desde que li uma entrevista dele na ex-extinta Revista Status, no início dos 80, que virei seu fã para a vida toda! Viva Cazuza!
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