domingo, 12 de agosto de 2012

RICKY MARTIN - EU


Quando o fenômeno Menudo chegou ao Brasil eu já era grandinho demais para me deixar seduzir pelos quatro mexicanos que as meninas idolatravam e os garotos imitavam. Mas não posso negar que a música colou em meus ouvidos de tanto que foi repetida. Mais tarde, noveleiro que sou, fui contagiado pela música de abertura da novela Salsa e Merengue, que se chamava Maria e era interpretada por Ricky Martin, o já bem crescido ex-integrante do grupo.

Um clipe aqui, outro acolá, na minha fase MTV, assisti às interpretações de um homem sedutor, macho alfa, garanhão, bonitão, corpão, dentes impecáveis e cara de menino sapeca. Alguns questionavam sua sexualidade como também o faziam com vários outros atores/cantores bonitões e de sucesso, mas confesso que não tenho paciência para esse tipo de especulação. Ao publicar uma carta aberta em sua página na internet em março de 2010, Ricky Martin (1971) “surpreende” o mundo afirmando sua homossexualidade e dizendo-se enfim livre.

No mesmo ano lançaria o livro EU que conta em primeira pessoa como tudo começou em sua carreira; desde criança como modelo e cantor na igreja, as tentativas para ingressar no grupo Menudo, a decisão da carreira solo, o sucesso mundial que demorou mas enfim aconteceu e, claro, o que mais interessa ao público cativo das revistas de celebridades: os amores e o sexo.

O livro, na minha humilde opinião, começa bem morno e até chato, mas há uma redenção, acredito que ele foi se soltando à medida que foi escrevendo e relembrando os fatos. O próprio diz: “Escrever este livro me permitiu explorar os diferentes caminhos e experiências que me levaram a ser quem sou hoje. Precisei amarrar pontas que sempre estiveram soltas, reacender memórias que já tinham sido apagadas de minha mente. Aceitar fazer isso não foi fácil, mas, assim que comecei, iniciou-se uma cura espiritual incrível.”.

Se você é gay e pretende ler o livro, verás que o processo de “sair do armário” é complexo, doloroso em alguns pontos, mas viver na verdade não tem preço.

Se você não é gay e pretende ler o livro verás que preconceitos derrubam e aprisionam não só quem é discriminado, mas também quem o discrimina.

Cidade do abandono: Salvador/BA
Local: Restaurante Chez Bernard
Data: 11/11/2012

Um comentário:

  1. Sempre fui fã! Assisti a um de seus shows aqui em SP, no antigo Olimpia, e fiquei encantado com sua performance. Deus conserve Ricky Martin!

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