Saí do teatro feliz pelo trabalho realizado e pelo momento
que vivi. Já em casa lembrei-me do James Baldwin (1924-1987) grande autor,
negro e homossexual, que lutou muito pelos direitos civis no início da década
de 1960. Nascido de família extensa e muito pobre, numa entrevista sobre sua
infância ele diz: “Minha mãe se entregava ao exasperante e misterioso exercício
de ter filhos. Nascidos, eu os ninava com uma mão e segurava um livro com a
outra. Dessa maneira, li realmente tudo que me caiu nas mãos, com exceção da
Bíblia, talvez porque era o único livro que me diziam que lesse.” Aos dezoito
anos foi trabalhar numa fábrica de armas e lá aprendeu o que ser negro
significava: “ser ignorado e ficar simplesmente à mercê dos reflexos que a cor
da pele de um homem provocava nos demais”. Abandonou o emprego e em 1952
conseguiu publicar uma série de polêmicos ensaios sobre discriminação racial e
homossexual nos Estados Unidos.
O livro Giovanni, publicado em 1956, é um dos seus mais
famosos escritos, conta a história de David, um americano que está em Paris e enquanto
aguarda Hella, sua namorada, decide ir até a Espanha. Lá conhece Giovanni que
era empregado de um bar. É um encontro de almas. De volta a Paris após a
chagada de Hella, David separa-se de Giovanni e pede Hella em casamento.
Giovanni, louco pela perda de David envolve-se num homicídio e é condenado à
morte. Ao saber do ocorrido David não consegue mais negar o amor que
existe entre os dois.
Nos tempos de hoje, que inventaram até um dia específico
para comemorações pela Consciência Negra, nada melhor para ativar essa
consciência do que um beijo caloroso, carinhoso, amoroso, e em público. Afinal,
o que temos a esconder? James escreveu: “O amor é passível de crises e dúvidas,
mas nunca objeto de culpa ou anormalidade”.
Cidade do abandono: Rio de Janeiro/RJ
Local: Restaurante Rio Brasa
Local: Restaurante Rio Brasa
Data: 15/01/2014
Lindo post! Parabéns.
ResponderExcluir